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Conscientização sobre autismo: diagnóstico tardio não impede tratamentos

 

Foto: Getty Images

Maria Beatriz Giusti e Nathália Maciel
(Jornal de Brasília/Agência de Notícias CEUB)

O professor Rodrigo Diesel, hoje com 32 anos, recebeu o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) apenas no ano de 2021. Ele recorda que, durante toda a sua infância, não foi compreendido e por várias vezes foi vítima de bullying. O diagnóstico tardio do autismo, segundo especialistas, é também importante e necessário.

“Na escola me chamavam de retardado e usavam a palavra autista para me ofender”, afirma Rodrigo.

Rodrigo relata que, desde que recebeu o diagnóstico, está reaprendendo a lidar consigo mesmo. Ele faz terapia para aprender a enfrentar suas crises sensoriais, muito comuns em pessoas autistas.

Diagnóstico do autismo

A psicóloga Lara Rodrigues, de 33 anos, viveu a mesma situação de Rodrigo Diesel. Ela passou boa parte da vida sem ser compreendida por familiares e amigos por conta de seu comportamento.

Ela recebeu o diagnóstico do transtorno somente depois de se formar em psicologia. Ao estudar o autismo, percebeu que tinha certas características desde criança. “Foi, então, que entendi os comportamentos que tive durante a infância”.

“Na infância, eu não era compreendida pela minha família e amigos. Certas vezes, fui chamada de grosseira, teimosa e preguiçosa. Quando pequena, eu também tinha bastante seletividade alimentar e, quando expunha o que eu pensava, as pessoas não entendiam”.

A psicóloga já fazia equoterapia ( terapia com cavalos), mas com o entendimento sobre o que tinha, sua vida passou a ser mais planejada conforme a sua necessidade.

Segundo a psicóloga Luciana Lopes, o autismo é um espectro com características muito amplas, tais como desafios em habilidades sociais; seletividade alimentar; comportamentos repetitivos; literalidade excessiva; dificuldades de comunicação e de percepção da linguagem não verbal; pouco contato visual; dificuldades com mudança de rotina; e dificuldades com o funcionamento executivo.

Saúde pública

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal oferece atendimento à população neurodivergente com equipes multidisciplinares no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Taguatinga, do Recanto das Emas, da Asa Norte e de Sobradinho.

Os Caps são instituições de auxílio que visam substituir os hospitais psiquiátricos. É um caminho para o tratamento de doenças, transtornos e distúrbios mentais, como o autismo, e na ressocialização dessas pessoas.

A assistência é realizada por equipes que atuam de maneira interdisciplinar, composta por: psiquiatras, clínicos, pediatras, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, equipe de enfermagem e farmacêuticos. O atendimento é aberto à população de forma gratuita.

Conscientização sobre autismo

A especialista Ana Lúcia Paiva Abrão, 42, acredita que o dia mundial do autismo e a luta anticapacitista são importantes para desestigmatizar e entender que o TEA é uma condição humana e não precisa ser mudada, apenas tratada, garantindo a acessibilidade e o direito a essas pessoas.

O estímulo para a pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho é um direito garantido pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Por Redação Jornal de Brasília

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