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Cirurgia robótica: nova esperança no tratamento de cânceres digestivos

 

Foto: Agência Brasil

Imagina um cirurgião realizando a remoção precisa de um tumor, com o uso de uma tecnologia avançada que permite uma visão detalhada e acesso a áreas de difícil alcance. Agora, imagine esse cirurgião operando com segurança, precisão e eficiência, sem causar danos aos tecidos saudáveis. Este é o poder da cirurgia robótica no tratamento de cânceres digestivos: salvar vidas.

É importante destacar os benefícios que essa tecnologia tem trazido para a luta constante contra essa doença. De acordo com dados oficiais do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cânceres em órgãos como de esôfago, estômago, fígado, pâncreas e intestino, são responsáveis por cerca de 30% dos casos no Brasil.

“A cirurgia é uma das principais formas de tratamento desses tumores, e a cirurgia robótica tem se mostrado uma opção cada vez mais eficaz e segura. A técnica permite que os cirurgiões realizem procedimentos precisos e minuciosos, com acesso a áreas do corpo que seriam impossíveis de serem alcançadas em uma cirurgia convencional. Isso é especialmente importante para os cânceres digestivos, que geralmente se desenvolvem em áreas de difícil acesso”, disse Leonardo Emilio, fellow American College of Surgeons e membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

É o caso do câncer de pâncreas, por exemplo. De acordo com dados do INCA, este é o 11º tipo mais comum no Brasil, com cerca de 11 mil novos casos diagnosticados anualmente. De acordo com um estudo feito por pesquisadores italianos da Universidade de Pisa em 2019, a cirurgia robótica para câncer de pâncreas tem taxas de cura similares as da cirurgia aberta convencional. A pesquisa comparou os resultados de pacientes submetidos à cirurgia robótica com aqueles que passaram por uma cirurgia aberta convencional. O resultado mostra que não houve diferença significativa entre as taxas de cura dos dois grupos.

A pesquisa também não encontrou diferenças significativas entre a cirurgia robótica e a cirurgia aberta convencional quando o assunto é tempo de internação. No entanto, os pacientes submetidos à cirurgia robótica apresentaram menor tempo de drenagem de ferida e menor tempo de retorno às atividades diárias. A técnica utilizando robôs ainda foi associada a menor incidência de complicações como infecção de ferida, sangramento e necessidade de reoperação em comparação com a cirurgia aberta convencional.

Outra vantagem da cirurgia robótica é a possibilidade de realizar procedimentos conservadores, como a ressecção parcial de órgãos, que podem preservar a função digestiva e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “A cirurgia robótica também tem se mostrado eficaz no tratamento de outros tipos de cânceres digestivos, como câncer de estômago, câncer de fígado e câncer de intestino. Os dados e estudos disponíveis mostram que a cirurgia robótica tem se mostrado uma opção cada vez mais eficaz e segura com melhores resultados em termos de precisão, recuperação e preservação de funções”, disse Emilio.

É importante destacar que essa tecnologia ainda precisa ser mais amplamente estudada e aperfeiçoada, mas os avanços recentes são animadores. Com certeza, a cirurgia robótica tem um grande potencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer de pâncreas e outros cânceres digestivos.

Sobre o Dr. Leonardo Emilio – Médico Cirurgião Geral


• O especialista é Mestre e Doutor em Cirurgia Geral;
• Professor adjunto do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, Vice-presidente setorial do Colégio Brasileiro de Cirurgiões;
• Coordenador da Comissão de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Câmara Técnica de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Conselho Federal de Medicina e de Telemedicina do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás;
• O Dr. Leonardo é Presidente da Comissão de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Membro da Comissão de Ensino e Trauma do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Comissão de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Comissão de Relação Inter societária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica;
• Chefe de Equipe Cirúrgica do Hospital Israelita Albert Einstein – Unidade Goiânia e Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Por Redação Jornal de Brasília

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