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Agronegócio gerou mais de 350 mil empregos formais no Brasil nos últimos três anos, aponta estudo

 

Tomaz Silva/Agência Brasil

Apesar de todas as turbulências vivenciadas pela economia brasileira, o setor do agronegócio brasileiro, que compreende a agropecuária e agroindústria, registrou, entre 2019 e 2022, um desempenho positivo, e bem acima dos demais setores econômicos nacionais. Neste período, em númereos, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), acumulou alta de 29,2%.

A agroindústria, por sua vez, não chegou a registrar crescimento, porém, manteve-se estável (0%), ao contrário da Indústria Geral, que contraiu 1,4%, de acordo com os dados do Índice de Produção Agroindústrial (PIMAgro), do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGVAgro). O desempenho da produção gerou reflexos positivos e expressivos no mercado de trabalho associado ao universo agro.

No Brasil, em 2019, o setor agro concentrava 13,62 milhões de pessoas ocupadas. Três anos depois, em 2022, o setor alcançou 13,96 milhões de postos de trabalho, ou seja, foram criadas 344,15 mil novas ocupações, uma expansão de 2,5%, superando o nível de pessoal ocupado antes da pandemia de covid-19. Os dados são do estudo do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGVAgro), com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).

De acordo com Felippe Serigati, coordenador do estudo e pesquisador do FGVAgro, a forte e estrutural expansão e desenvolvimento do universo agro brasileiro tem claros reflexos sobre o mercado de trabalho do setor.

O levantamento revela ainda que o setor registrou uma forte substituição de trabalhadores informais1 por profissionais formalizados, com maiores direitos trabalhistas, maior estabilidade e melhores remunerações. Assim, enquanto foram gerados 359,62 mil postos de trabalho formais2, foram destruídas 15,47 mil vagas informais.

A expansão acumulada de 2,5% da população ocupada no universo agro, entre 2019 e 2022, decorreu do crescimento dos ocupados nos dois principais segmentos do setor: 2,8% na Agropecuária e 2,1% na agroindústria.

Dentro da agropecuária, o resultado foi puxado pelo crescimento da agricultura (5,7%). Em contrapartida, a pecuária perdeu vagas, 72,72 mil (-2,4%), o que pode estar relacionado à maior implementação, na atividade, de tecnologias poupadoras de mão de obra.

Outro fato relevante é que a taxa de formalidade da agricultura foi a maior registrada de toda a série histórica, que teve início em 2016, com 23,5%. Vale destacar que a maioria dos produtores rurais são classificados como informais, pois são categorizados como conta própria sem CNPJ, o que pode superestimar a informalidade do setor.

Nos últimos três anos, na pecuária (2,4%), houve contração dos postos de trabalho, porém, por conta, exclusivamente, da forte redução dos informais (-3,9%). Entre os formais, assim como na agricultura, também ocorreu expansão (3,2%). Apesar da taxa de formalidade apresentar alta (de 21,4% para 22,6%), ela está abaixo do seu recorde (24,1%).

Cadastrado por Beatriz Araújo

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