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Trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão ganhavam R$ 0,16 por saco de carvão

 

Reprodução/ TV Bahia 

Os trabalhadores, que foram resgatados de uma carvoaria, no bairro de Cassange, em Salvador, onde viviam em situação similar à da escravidão, ganhavam R$ 0,16 por saco produzido e lacrado. Nesta sexta (3), o Ministério do Trabalho e Emprego produz um relatório para encaminhar às autoridades.

Em virtude da baixa remuneração, as vítimas eram obrigadas a adotar jornadas exaustivas, como pontua o auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, Mário Diniz. “Isso obriga os trabalhadores a terem uma jornada alucinante para, ao final do dia, juntar um montante razoável. Além disso, era descontado desses trabalhadores transporte, café da manhã, almoço. A própria água fornecida no local tem resíduo de fuligem de carvão, como todo o ambiente”.

O argumento foi confirmado por um dos trabalhadores resgatados, que disse que chegava a produzir e embalar mil embalagens. “Eu faço, em média, por dia, mil embalagens. De segunda a quarta eu faço mil. Aí, porque eu fico cansado o resto da semana, de quinta a sexta eu faço 800. E sábado eu faço 500 até meio dia. Como a gente respira muito pó de carvão, o pó fica todo na garganta. Quando a gente catarra, escarra, só sai carvão”, salientou.

O resgate foi feito durante uma ação de proteção ambiental, na quinta-feira (2), que apurava sacos de carvão sem o Documento de Origem Florestal (DOF). Foi durante a operação que surgiu a suspeita em relação às condições de trabalho oferecidas aos funcionários.


"Há um receio de que esses trabalhadores possam já ter contraído algum tipo de doença, por causa dessa inalação descontrolada da fuligem de carvão", avaliou Mário.


O auditor fiscal detalhou que o relatório produzido será encaminhado à Polícia Federal, aos ministérios públicos do Trabalho e Federal, que vão adotar as medidas jurídicas, como por exemplo os pedidos de indenização por danos morais. O dono da empresa poderá responder por redução do trabalhador a condições análogas à escravidão, 3 a 8 anos.

Cadastrado por Bernardo Rego

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