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Pesquisas do IBGE são atualizadas para retratar mudanças econômicas

 

Foto: IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detalhou nesta terça-feira, 7, algumas mudanças feitas no cálculo das pesquisas conjunturais mensais sobre a indústria, comércio e serviços. Houve mudança na amostra de empresas informantes, de itens investigados, de locais pesquisados e até de deflatores utilizados.

As novas séries históricas serão divulgadas a partir do fim de março. As informações da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) Brasil, referentes a janeiro de 2023, serão divulgadas em 30 de março. Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio serão conhecidos em 12 de abril, e os da Pesquisa Mensal de Serviços serão publicados em 14 de abril.

O IBGE frisou que as atualizações estão previstas na metodologia das pesquisas e são implementadas periodicamente pelo instituto

“As pesquisas passaram por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas da sociedade”, justificou o IBGE, em nota.

As séries históricas anteriores serão encadeadas com as novas através de ferramentas estatísticas que garantam séries temporais longas e consistentes, assegurou o órgão.

Pesquisa Industrial Mensal

A amostra da Pesquisa Industrial Mensal contará com 8.596 empresas e 12.500 unidades locais. A quantidade de produtos pesquisados passará a 1.042 itens, sendo 789 para Brasil e mais 253 selecionados em função da relevância regional.

“Alguns produtos não selecionados para o Brasil podem ser escolhidos para alguma unidade da federação ou região. Por esse motivo, o conjunto de produtos que fazem parte do índice nacional é inferior ao do total pesquisado”, explicou o instituto.

Deixaram a cesta de produtos pesquisados itens como máquinas de costura, antenas, maionese, gravador ou reprodutor de sinais, goma de mascar, jornais impressos sob encomenda, discos fonográficos. Por outro lado, foram incluídos refrescos, sucos e néctares de frutas prontos para consumo, peixes congelados, água de coco, aparelhos de GPS e robôs industriais, por exemplo.

A PIM também trará a inclusão de três novos locais: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

“Até 2014, o critério era incluir estados que tivessem, pelo menos, 1% de valor de transformação industrial (VTI) de acordo com a PIA Empresa. Tivemos solicitações das secretarias estaduais e avaliamos que seria conveniente reduzir esse valor para 0,5% no VTI. Por isso, esses três estados foram incluídos para ter indicador industrial local”, ressaltou o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli, em nota oficial.

Pesquisa Mensal de Serviços e de Comércio

No caso da Pesquisa Mensal de Serviços, a amostra contempla 11 124 empresas, e a Pesquisa Mensal de Comércio soma 5.653 empresas.

As atualizações na cesta de itens e pesos de produtos são necessárias por causa das mudanças de padrões de consumo, da evolução da tecnologia de produção, da estrutura da economia ao longo do tempo e do desenvolvimento evolutivo aplicado no processo de produção dos indicadores conjunturais, explicou Magheli.

A PMC trará uma alteração no âmbito da pesquisa para incluir as atividades de atacado especializadas em alimentos, os chamados atacarejos.

“É uma mudança importante, porque são empresas que ganharam força durante a pandemia e ao incluí-las na pesquisa passamos a ter um retrato mais aprimorado da atividade de varejo e atacado de alimentos. Isso está relacionado às mudanças de consumo porque, em um ambiente de inflação e de queda da renda, as famílias passaram a consumir ou aumentar o volume de consumo nessas empresas classificadas como atacado”, disse Magheli, na nota.

Na PMS, ganharam participação atividades como as de empresas de delivery, de aplicativos de transporte, streaming de música e de filmes e armazenamento em nuvem.

A PMS traz ainda uma ampliação do detalhamento setorial do plano tabular e foram atualizados deflatores para as regiões metropolitanas onde surgiram indicadores específicos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O subsetor de alojamento e alimentação passará a ter séries separadas para alojamento e outra para alimentação. Em serviços administrativos e complementares, haverá uma atividade de divulgação para serviços de apoio a atividades empresariais e outra para aluguéis não imobiliários.

Em transportes, serviços auxiliares de transportes e correio, haverá abertura de dados para transporte rodoviário de carga, rodoviário de passageiros e outros segmentos de transportes terrestres. No grupamento classificado de outros serviços, serão feitas quatro aberturas: esgoto, gestão de resíduos, recuperação de matérias e descontaminação; atividades auxiliares de serviços financeiros; atividades imobiliárias; e outros serviços.

Deflatores

Quanto às mudanças em deflatores, haverá atualização nos utilizados em alguns grupamentos. Na PMS, por exemplo, o transporte rodoviário coletivo de passageiros sob fretamento usará como deflator um combinado entre ônibus público intermunicipal e interestadual do IPCA; o transporte rodoviário de cargas será deflacionado por pedágio e óleo diesel; operações de aeroportos passam a ser deflacionadas pelo IPCA de serviços, por exemplo.

Além disso, foram atualizados deflatores para as novas regiões metropolitanas incorporadas, como Rio Branco (AC), Campo Grande (MS), Aracaju (SE), Vitória (ES) e São Luís (MA), para as quais surgiram indicadores específicos de IPCA, informou o IBGE.

“Estamos aproveitando a atualização das pesquisas, para também atualizar os deflatores para esses locais. Antes, por exemplo, se deflacionavam as receitas do Espírito Santo com o deflator da RM (região metropolitana) do Rio de Janeiro”, contou Magheli.

Segundo o coordenador do IBGE, não estão previstas novas atualizações neste ano de 2023 na modelagem de ajuste sazonal, uma vez que já foram feitas no ano passado.

Política de revisão de séries

No entanto, houve alteração na política de revisão das séries. Na PMC e PMS, havia uma política de revisar apenas o mês anterior ao de referência. Magheli explica que, quando há paralisação temporária ou mudanças internas nas equipes das empresas que atendem mensalmente o IBGE, e os dados deixam de ser informados temporariamente na página web de coleta da pesquisa, o protocolo é realizar uma imputação estatística. Se o fluxo normal de informações fosse restabelecido, o IBGE recebia o dado real, mas não fazia a correção das informações de meses passados.

“Agora teremos a possibilidade de corrigir mais meses, além do mês anterior ao de referência. No momento em que o fluxo de informação é restabelecido com a empresa, teremos até um ano para incorporar as novas informações para melhorar a série histórica”, esclareceu Magheli.

Estadão Conteúdo

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