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Jeffrey Dahmer: novo estudo questiona diagnóstico de serial killer e aponta que ele poderia não ter sido preso

 

Wikimedia Commons

Responsável pelo assassinato brutal de mais de 17 pessoas entre 1978 e 1991, Jeffrey Dahmer se tornou um dos serial killers mais lembrados da história devido à forma como cometia seus crimes, praticando também atos de canibalismo, necrofilia e obssessão por conservar os corpos das vítimas.

Dahmer, após ser julgado e condenado à prisão perpétua, foi diagnosticado com o transtorno de personalidade borderline, transtorno de personalidade esquizotípica ou transtorno psicótico, no entanto, um novo estudo põe em xeque tanto o diagnóstico do serial killer, quanto a sua pena.

No estudo intitulado “Jeffrey Dahmer: Multifatoriedade à luz da neurociência”, escrito pelo Pós PhD em neurociências Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o médico psiquiatra Dr. Francis Moreira e mais dez profissionais entre neurologistas, psiquiatras, psicólogos e neurocientistas,  foi realizada uma análise do caso de Dahmer baseado em revisão bibliográfica e materiais de arquivo.

O estudo feito do caso Jeffrey Dahmer publicado na Revista Ibero Americana de Humanidades, Ciências e Educação – REAS, trata-se de uma pesquisa qualitativa baseada em revisão bibliográfica e acesso aos arsenais médicos pós-analíticos. Foram analisadas perícias forenses e também utilizou a base de dados, como Cochrane, Pubmed, Medline, Scopus e Scielo.

Além disso, o novo estudo também indica o uso de substâncias psicoativas pela mãe de Dahmer durante a gestação, infância traumática, comportamento sexual obsessivo, fatores genéticos, neurológicos, ambientais e transtornos de personalidade instável, além do uso abusivo de álcool também colaboraram para que ele se tornasse um assassino em série.

“Fatores externos como o uso abusivo de álcool como padrão para dependência química e deterioração do funcionamento cerebral configuram uma sobreposição de agravos. Há evidência da genética como um fator preditivo a ser considerado, não obstante, estes transtornos se correlacionam, por vezes desenvolvidos ou herdados nas doenças mentais” Afirma o artigo.

O estudo concluiu que os diagnósticos anteriores estavam equivocados e que era necessário realizar uma melhor avaliação que considerasse mais aspectos que influenciaram seu comportamento. 

“Ele era portador de transtornos mentais com comorbidades e deficiências causadas por um conjunto  de situações vividas e experimentadas principalmente na sua infância”

Além disso, o estudo aponta ainda que a pressão social por justiça pode ter sido um fator crucial para que ele fosse a uma penitenciária.

“O impacto do crime pode ter contribuído para que ele tenha sido levado à prisão  e não para o manicômio judiciário […] O estigma é impeditivo para o cuidado em saúde mental e traz limitações nos rastreios psicopatológicos precoce, quando o olhar não se pauta nos preceitos, biopsicossocial e espiritual” Ressalta o estudo.

Por Redação Jornal de Brasília

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