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Dólar abre em alta em pregão que terá leilão de linha do BC

 

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O dólar nesta terça-feira (27) subia nos primeiros negócios, após ter aberto a última semana do ano na véspera em alta em sessão de volumes reduzidos.

Na véspera, a moeda americana fechou com alta de 0,81%, cotada a R$ 5,2080 na venda. O Ibovespa, referência para as ações negociadas na Bolsa brasileira, caiu 0,87%, aos 108.737 pontos.

O Banco Central anunciou que venderá nesta terça-feira até 2 bilhões de dólares em leilões de venda conjugados com leilões de compra no mercado interbancário, em operação a que recorre principalmente em momentos de falta de liquidez. As propostas serão acolhidas de 10h30 às 10h35 e as operações de venda serão liquidadas na quinta-feira.

Câmbio e Bolsa foram pressionados pelo aumento das expectativas para altas da inflação e dos juros, em uma sessão também afetada pelo baixo volume de negociações porque os mercados dos Estados Unidos e da Europa permaneceram fechados devido ao feriado estendido de Natal.

No mercado de juros futuros, a taxa DI, que reflete os empréstimos negociados entre instituições financeiras e serve de referência para o setor de crédito, apresentou elevações para os contratos com vencimentos nos prazos curtos e médios.

Segundo analistas, a razão para essa alta foi o relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda (26). A pesquisa apontou que o mercado elevou sua projeção para a taxa básica de juros (Selic) em 2023, prevendo que ela fechará o ano em 12%, superando os 11,75% previstos há uma semana.

Há expectativa de que o Banco Central terá menos espaço para reduzir o aperto monetário após fechar este ano com a taxa em 13,75%.

O boletim também indicou uma elevação marginal das projeções para a inflação no ano que vem, para 5,23%. Antes, era de 5,17%.

O teto da meta para 2023 é de 4,75%. A projeção para os preços administrados no período subiu de 6,23% para 6,53%. Para 2024, a expectativa para o IPCA aumentou de 3,50% para 3,60%.

Étore Sanchez e André Coelho, da Ativa Investimentos, avaliaram que o último Focus do ano, após a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Gastança ter sido aprovada, registra uma “piora significativa da conjuntura”.

Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital, reforçou que a divulgação do boletim Focus trouxe preocupações aos investidores ao projetar para 2023 uma inflação levemente superior à do último boletim, o que colaborou para a alta dos juros futuros.

Cardozo disse, porém, que o bom desempenho do setor da Bolsa ligado à exportação de minerais metálicos evitou uma queda maior do Ibovespa.

Entre as notícias que podem favorecer a valorização de matérias-primas importantes para exportadores com presença na Bolsa do Brasil, como é o caso do minério de ferro explorado pela Vale, o destaque é o comunicado desta segunda de autoridades de saúde da China.

A agência Reuters reportou que Pequim deixará de exigir quarentena para viajantes que chegarem ao país a partir de 8 de janeiro.
Além disso, o país havia anunciado mais cedo que pretende adotar regras menos rigorosas para o tratamento de pacientes, o que, segundo reportou o The Wall Street Journal, é um claro sinal de que Pequim realmente acabará com a quarentena.

Sem negociações nesta segunda, o preço do barril do petróleo Brent subiu 2,94% na última sexta-feira (23), cotado a US$ 83,92 (R$ 435,25). O Brent serve de referência para os preços praticados por empresas do setor no Brasil, como a Petrobras.

A agência de notícias Bloomberg atribuiu a alta da matéria-prima a ameaças da Rússia de que poderá cortar sua produção em pleno inverno no hemisfério Norte.

O corte seria uma resposta do governo de Vladimir Putin à limitação de preços à mercadoria russa imposta pelo Ocidente como uma forma de sanção pela Guerra da Ucrânia.

Por FolhaPress

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