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Qual era o histórico do adolescente que matou cadeirante e como ele entrou no colégio

 

Reprodução/Twitter

O adolescente de 14 anos que matou uma cadeirante a tiros e golpes de faca no Colégio Municipal Eurides Sant’Anna, em Barreiras, no oeste da Bahia, mal era visto na unidade de ensino. Ele, que é natural do Distrito Federal, havia sido matriculado no espaço em maio deste ano, mas acumulava muitas faltas. O seu histórico escolar de Brasília era o mesmo. Filho de um policial, ele teria pego a arma do pai escondida para usar no ataque da manhã da segunda-feira (26). A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), investiga como ele teve acesso ao revólver.

O adolescente chegou ao colégio nas primeiras horas da manhã e aproveitou o fluxo dos alunos para passar pelo portão principal. Mesmo vestindo trajes pretos e usando uma máscara ninja, ele não foi barrado. De acordo com informações da Secretaria de Educação de Barreiras, o rapaz chegou empunhando o revólver. Dentro das suas roupas também havia um facão e uma machadinha. 

Os alunos, que estavam na quadra de esportes, em guarda, se preparavam para ir para as suas respectivas salas. Eles entraram em pânico ao avistar o atirador. Durante o turno matutino, são cerca de 400 alunos. Alguns se esconderam nos fundos da escola, outros correram em direção à rua. Geane da Silva de Brito, de 20 anos, por possuir problemas de locomoção, não conseguiu fugir e acabou morta. Ela cursava o último ano do ensino fundamental. 


Baleado

O rapaz também foi atingido por arma de fogo. Um porta-voz da Polícia Militar disse, em entrevista à TV Record Itapoan, que uma pessoa ainda não identificada caminhava pelas imediações da unidade de ensino quando percebeu o crime. Ela teria sacado uma arma e disparado pelo menos três vezes contra o adolescente, que foi socorrido e encaminhado para uma unidade de saúde, onde permanecia internado até o final da noite de segunda. Ele passou por uma cirurgia e está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

Ainda de acordo com a Secretaria de Educação da cidade, o colégio tem um modelo de gestão compartilhada com a Polícia Militar da Bahia desde 2019. A ideia surgiu em 2018 devido a insegurança e violência na unidade de ensino. O órgão afirma que todos os agentes são da reserva, que trabalham sem farda e desarmados em ações disciplinares.

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Premeditado

Quatro horas antes do ataque, o atirador fez uma sequência de publicações onde dizia que havia se preparado para o crime e que, mesmo sabendo que o seu rosto estaria estampado em todos os jornais, estava calmo. Ele também desdenhou do fato do colégio não ter câmeras de segurança. No seu perfil também havia frases de ódio. Em uma das publicações, ele afirmou estar insatisfeito com a mudança para a Bahia. 

“Saí da capital do Brasil para o ‘merdeste’ e nunca pensei que aqui fosse tão repugnante. Lésbicas, gays e marginais aos montes, acham que são dignos de me conhecer e conhecer minha santidade. Os farei clamar pela minha misericórdia, sentirão a ira divina”, postou o adolescente.

O caso está sendo investigado pela 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Barreiras). O secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), lamentou o ocorrido. "Solidarizo-me com a família da estudante e todo o corpo estudantil nesse momento trágico. Determinei prioridade na elucidação desse caso, até para que evitemos novos episódios", disse, por meio de nota. 

por Nilson Marinho

nilson.marinho@bnews.com.br

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