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Nubank fecha capital no Brasil e mantém ações nos EUA

 

Foto: Divulgação

O Nubank informou na noite desta quinta-feira (15) que pretende deixar de ser uma companhia de capital aberto no Brasil para continuar registrada somente na Bolsa de Nova York. Na prática, as BDRs da empresa, sigla em inglês para Recibos Depositários Brasileiros, continuam presentes na B3, a Bolsa de Valores brasileira, mas passam a seguir as regras do mercado americano.

Tecnicamente, o conselho de administração da companhia aprovou o início de um processo de descontinuidade de seu programa de BDRs nível III na B3 para passar para recibos de nível I. O plano do Nubank será submetido à aprovação da B3.

Em linhas gerais, o BDR é um recibo negociado em Bolsa de Valores com lastro em ações listadas no exterior.

A diferença é que os papéis atuais respondem tanto às regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), quanto às normas da SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador federal do mercado americano.

Para o analista Carlos Herrera, estrategista-chefe da Condor Insider, as regras da SEC para controle e acompanhamento da empresa que emite as ações são menos rigorosas do que as brasileiras. “Essa será a principal diferença para o investidor”, comentou.

A medida acontece após o cofundador e presidente-executivo do banco digital, David Vélez, ter manifestado insatisfação com a visão de analistas de instituições financeiras no Brasil em relação às ações do Nubank.

Em entrevista à Reuters, na semana passada, Vélez disse que parte dos analistas no Brasil, parece esperar do Nubank rentabilidade maior de forma mais imediata, mas que há etapas a serem percorridas antes que sua tese se confirme.

Das 17 casas de análise que acompanham a ação do Nubank, segundo dados da Refinitiv, três têm recomendação ‘underperform’, todas elas no Brasil (Itaú BBA, Bradesco e Santander). O BTG Pactual tem recomendação netura.

O anúncio ocorre também na esteira de inovações regulatórias e tecnológicas, que têm facilitado a negociação por investidores de varejo do Brasil diretamente em bolsas estrangeiras.

O QUE MUDA PARA QUEM TEM BDR DO NUBANK

Uma vez implementada, a operação dará aos donos de BDRs da companhia a opção de receber ações ordinárias classe A negociadas na Bolsa de Nova York, na proporção de 6 BDRs para cada ação, portanto, para optar por essa alternativa o investidor tem que possuir um mínimo de 6 BDRs.

Outra opção será trocar os BDRs de nível III por papéis de nível I, na proporção de um para um. Por fim, os investidores do Nubank na B3 poderão vender seus papéis

O BDR é um recibo negociado em bolsa com lastro em ações listadas no exterior. No nível III, há a necessidade do registro da empresa junto à CVM e de oferta pública dos ativos, o que não ocorre no nível I.

Em fato relevante, a companhia afirmou que a proposta visa a “maximizar a eficiência e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia aberta em mais de uma jurisdição”. Além disso, o Nubank disse que a decisão não afeta o compromisso de longo prazo do grupo com o Brasil.

Por FolhaPress

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