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Com perda de mais de 60% do lucro, donos de bares e restaurantes pedem flexibilização de medidas restritivas


 Com a proibição de venda de bebidas alcoólicas e toque de recolher que limita a circulação de pessoas e funcionamento dos estabelecimentos em Salvador, os donos de bares e restaurantes sofrem com a perda do lucro e de clientes durante a pandemia. Os proprietários pedem que a prefeitura da capital baiana flexibilize as medidas restritivas da cidade para que as empresas voltem a faturar e também para  que eles consigam salvar os empregos dos funcionários. 

 
O argumento dos donos de restaurantes é de que Salvador não registra mais de 80% na taxa de ocupação dos leitos para tratamento da Covid-19 de adultos desde o dia 13 de junho, quando a cidade entrou na faixa dos 70%. Eles afirmam que os estabelecimentos ainda vão seguir o distanciamento e uso de máscaras, por exemplo, mas que as medidas mais rigorosas, como a proibição de venda de bebidas alcoólicas precisa acabar. 
 
A chef de cozinhaTereza Paim, de 60 anos, dona da Casa de Tereza, localizada no Rio Vermelho, conta que as restrições atuais foram impostas quando Salvador estava com uma taxa de ocupação dos leitos de UTI acima dos 80%, mas que a vacinação já avançou muito e, mesmo assim, as restrições seguem da mesma forma. 
 
“Temos taxa de ocupação de UTI em 70% e as restrições seguem de forma desmedida. Somos as empresas que sempre fornecem alimento seguro. Nós cumprimos protocolos estreitos de cuidados que incluem o distanciamento de mesas para não gerar aglomeração, o uso de máscaras e o uso de álcool em gel”, explicou a chef, ao BNews. 
 
A dona da Casa de Tereza afirma que, somente esse ano, ela já precisou demitir 10 funcionários e que o restaurante perdeu 70% do rendimento financeiro. “Por que não nos libera para salvar vidas que se traduzem em empregos? E também para salvar as empresas que são a base de arrecadação do Estado?”, questionou.
 
“As medidas restritivas impedem o retorno do turismo que é o grande oxigênio financeiro de Salvador. O governo alega que não tem como fiscalizar os bairros e por isso fecha tudo. Mas os bairros de periferia e comunidades próximas estão operando como se não tivesse pandemia”, afirmou Tereza Paim. 

O dono do restaurante Boteco do Caranguejo, que possui oito franquias em Salvador e em Lauro de Freitas, Angelo David Curvelo, conta que as empresas não têm mais como continuar depois de um ano e meio de pandemia e de medidas restritivas. “As perdas são imensuráveis”, disse o proprietário. 

“Estamos com 70% de ocupação dos leitos, não tem mais motivo para ter essas restrições rigorosas [proibição da venda de bebidas alcóolicas e restrição de horário de funcionamento]. Esse setor precisa respirar, precisamos ser respeitados por tudo que fizemos durante a pandemia”, afirmou Angelo Curvelo à reportagem. 

Segundo Curvelo, todos os restaurantes sofreram com um impacto de 70% do rendimento, além da demissão de 360 funcionários desde o início da pandemia. Somente neste ano, o empresário revelou que já demitiu 150 empregados. Atualmente, as franquias contam com 280 servidores.

Já no Boteco do França, no Rio Vermelho, o proprietário José Raimundo Almeida conta que manteve os 29 funcionários em 2021, mas teve 60% do rendimento do estabelecimento comprometido. 

“Eu não demiti nenhum funcionário, mas investi mais de 400 mil do meu bolso para que o boteco não fechasse. Somente em março eu coloquei mais de 102 mil reais”, contou o proprietário. 

O prefeito Bruno Reis anunciou, nesta terça-feira (29), que vai seguir o decreto estadual e liberar a venda de bebidas alcoólicas em Salvador no feriado de 2 de julho e finais de semana, caso a taxa de ocupação de UTI se mantenha em 75%.

O governo liberou a venda de bebida alcoólica, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery), das 18h de quinta-feira (1º de julho) até as 5h da segunda-feira (5), nas regiões de saúde que alcancem a taxa de 75% ou menos de ocupação de leitos de UTI, durante cinco dias consecutivos.

Em Lauro de Freitas, a prefeita Moema Gramacho (PT) afirmou que o município pode ter a venda de bebidas alcoólicas liberadas no feriado de 2 de julho caso o índice de contaminação pela Covid-19 permaneça em índices aceitáveis.

"Nós temos seguido muito uma decisão que tomamos coletivamente. Para vender bebidas alcoólicas, temos que ter cinco dias com 75% de ocupação em leitos de UTI. Hoje estamos com a taxa em torno de 71%. A tendência é que continuemos assim. [...] É possível que a gente possa liberar a venda de bebidas alcoólicas a partir de sexta-feira [2 de julho]", declarou.

Classificação Indicativa: Livre



/BNews  Por: Laiz Menezes


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