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Conselheiros da Petrobrás pedem para não continuar no cargo após Bolsonaro demitir presidente


 Um grupo formado por quatro conselheiros da Petrobras informaram à companhia que não pretendem serem reconduzidos ao Conselho de Administração da empresa na próxima assembleia de acionistas. Contando Roberto Castello Branco, que foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, ao todo 5 dos 11 conselheiros vão mudar.

A forma como o presidente Bolsonaro propôs a mudança na direção da empresa incomodou especialmente o conselheiro Omar Carneiro da Cunha que, em carta à empresa, disse que embora amparado nos preceitos societários, “a mudança proposta pelo acionista majoritário não coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial”, segundo apurou à Revista Veja.

Segundo o fato relevante da estatal enviado ao mercado na noite da última terça-feira (3), os conselheiros João Cox Neto e Nivio Ziviani dizem que não podem aceitar o convite para a recondução por questões pessoais e o conselheiro Paulo Cesar de Souza e Silva que, em função do fato de que seu mandato foi interrompido inesperadamente, pede que ele não seja reconduzido.

Com a determinação de Roberto Castello Branco saísse do conselho, todos os outros conselheiros precisam novamente ser reconduzidos. O Ministério de Minas e Energia havia proposto a recondução de todos os outros conselheiros, mas, como agora quatro não aceitaram, o governo precisa indicar novos nomes e acabará atrasando o processo para que Luna seja aprovado. A assembleia geral extraordinária precisa de uma convocação de no mínimo 30 dias para acontecer.

Depois de um silêncio de mais de dez dias sobre o assunto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na última terça-feira (2), em entrevista à rádio Jovem Pan, que a troca de comando na estatal teve um “efeito econômico ruim”, mas que politicamente era compreensível. As ações da Petrobras desvalorizaram 25% em dois dias e não se recuperaram até hoje.

“A minha visão sobre estatais é conhecida. Agora, eu tenho que respeitar o Presidente da República, ele diz ‘é isto aqui que eu quero agora’, ele tem o direito”, disse o ministro. Ele também informou que a intenção de Bolsonaro era atender aos desejos dos caminhoneiros, já que a alta no preço dos combustíveis teria causado uma péssima reação. Os caminhoneiros, no entanto, não se mostram tão afoitos por uma nova greve. “O ônus e o bônus estão caindo na própria presidência. Já que a estatal continua estatal, o povo vai sempre cobrar do governo uma atitude em relação ao preço de um produto que você tem a presença do Estado na exploração, no refino e na distribuição, mesmo que ela repita práticas internacionais”, disse Guedes.

Os preços dos combustíveis tiveram cinco reajustes neste ano e, em média, subiram 40%. A forte alta levou o presidente Jair Bolsonaro a decretar a isenção de impostos como PIS/Cofins do óleo diesel e da gasolina. Para compensar a perda de 3,6 bilhões de reais em arrecadação com estes impostos, o governo determinou por meio de medida provisória um aumento da alíquota de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido para os bancos e o fim do regime especial da indústria química, gerando fortes efeitos sobre esses dois setores. Somente a Braskem, uma das empresas do setor químico vai responder sozinha por 25% deste rateio.

Redação BNews

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