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Ilhéus: Valderico Jr. acredita em uma "nova política" para mudar município


 Aos 33 anos, o candidato à prefeitura de Ilhéus, no sul do estado, Valderico Júnior (DEM), se lançou na política. Chega na corrida eleitoral para disputar o pleito com dois grandes nomes que se destacam no cenário eleitoral da cidade, o atual prefeito Marão (PSD) e o empresário Cacá Colchões (PP).

Não teme a certa popularidade que os dois nomes possuem e acredita não ser "mais do mesmo". Vem com o discurso de mudança e se considera a cara de uma "nova política" que Ilhéus necessita. 

Se os outros dois adversários brigaram para o apadrinhamento do governador Rui Costa (PT), Valderico não precisou se preocupar com apoio. O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto declarou estar do seu lado, sem muito esforço.  

Enfrenta, contudo, críticas da oposição que não são necessariamente direcionadas a ele, mas a seu pai, o ex-prefeito Valderico Reis, que foi cassado em 2007, acusado de cometer infrações político-administrativas. "Meu pai é meu pai, eu sou eu, mas quero aprender com os erros e acertos de todos, inclusive aqueles que tenho em casa", enfatiza. 

Confira entrevista:

  • Com a proibição da realização de comícios, passeatas e caminhadas impacta as campanhas? Sabemos que é o corpo-a-corpo é um ótimo termômento.

68% das pessoas aqui, em Ilhéus, consomem a política local por meio da internet, mas nada substitui o corpo-a-corpo. Havia uma crescente de caminhada, as pessoas estavam aderindo e nós estávamos bastante felizes com as visitas. Ficamos sentidos de não ter o contato e foi preciso se reinventar com ações menores. Não podemos deixar de fazer as visitas porta a porta, mas, claro, sempre respeitando as recomendações, com todas as ressalvas e reservas. Essa é a melhor forma de apresentar a proposta, sobretudo eu que nunca fui candidato. Na verdade as pessoas precisam resgatar essa vontade de fazer a diferença nas urnas e só votando que você consegue mudar isso. Tentamos, com o poder do convencimento, conscientizar as pessoas a irem votar. Não adianta ficar reclamando durante quatro anos se você não vai às urnas.

  • Na última eleição, Ilhéus teve um número alto de abstenção, nulos e brancos. Isso pode se repetir esse ano? Qual a explicação?


Colocamos a conta da abstenção no cenário político nacional. As pessoas perderam a confiança no processo político. Estão incrédulas em relação aos políticos. Quando você se coloca à disposição da política é julgado, mesmo sendo eu, que nunca fui nada. Sabemos que precisamos da renovação, e isso deu certo em outras cidades. Temos, na nossa região, prefeitos muito novos. Eu tenho 33 anos. Acho que tem uma nova geração de políticos. O momento nacional pede essas mudanças e eu estou muito tranquilo em relação a isso. Idade não é competência. A competência é a vontade de trabalhar, são as pessoas que você tem do seu lado e o poder de ouvir. Acho que eu tenho os predicados.

  • Você seria então a cara da "nova política"?

Os grupos políticos de Ilhéus são os mesmos. Tem o nosso grupo para tentar uma mudança de pensamentos e ideias. Eu acho que o reflexo do ACM Neto em Salvador, que entrou com 33 anos, tem impactado bastante, com pensamentos que mudam a gestão municipal. É em cima disso que pegamos propriedade e trazemos para a nossa realidade. Precisamos resgatar a autoestima da nossa cidade com um novo nome e um novo cenário. Acho que a cidade precisa voltar a ter o pertencimento do amor. São 486 anos e, durante esse tempo, a vontade de ser ilheense vem murchando. 

  • Ele desfruta de bastante popularidade em Salvador, assim como Rui Costa em todo estado. Acha que isso tem peso em Ilhéus?

É inegável a administração que Rui fez, não digo partido, mas ele como pessoa, não podemos tentar iludir as pessoas dizendo o contrário. Nos últimos anos, se não fosse o governo do estado, Ilhéus não teria nada. Todos os acordos que dependiam do estado foram feitos e o que dependia do município não aconteceu. A informação de uma pesquisa de consumo interno que nós temos aponta ACM Neto um pouco mais à frente do governador quando o quesito é influência de voto. Portanto, podemos potencializar o que ele fez em Salvador, o que ele conseguiu mudar na cidade. Eu não quero ser candidato do governador, quero ser candidato da minha cidade. Não adianta ser um prefeito apenas amigo do governador. É preciso cobrar, independentemente de ser de base ou não. Um prefeito que possa gerir e exigir o que o município precisa.

  • Como pensar em uma Ilhéus pós-pandemia?

A pandemia é um problema mundial e qualquer cenário daqui pra frente é novo para todos. Temos que pegar os exemplos criados em outros locais, aprimorar e trazer para nossa realidade, para ocasionar o menor impacto possível na nossa economia. Sabemos que muitas empresas e lojas já fecharam por causa da pandemia e acreditamos que é preciso ter um projeto muito sério, com muita dedicação do próximo prefeito, que deve assumir essa responsabilidade e abraçar uma administração que cause menos impacto possível. O turismo de Ilhéus vem há anos precisando de um projeto sério, com pessoas que tenham vontade. Você não pode pegar uma secretaria de Turismo e praticamente extinguir. Ilhéus tem um potencial turístico enorme, com o segundo maior litoral do país, são 94 km de praia e uma biodiversidade gigantesca. Temos que internalizar isso também no ilheense. Precisamos cuidar muito bem da casa que moramos para, depois, pensar em turismo. Acredito muito que o turismo é válvula de escape que a cidade tem para crescer economicamente.

  • Qual é a chave da sua campanha?

Sabemos o quanto as pessoas estão desacreditadas na política e quanto elas não aguentam mais ouvir falar em promessas de políticos. Em cima disso, venho pautando todas as nossas reuniões. Não queremos trabalhar com promessas. Não quero ser um prefeito que apenas pontue um bom projeto. Não quero ludibriar as pessoas. Quero ter um projeto concreto de trabalho. Vamos trabalhar, desde o primeiro dia, incansavelmente para mudar a realidade da nossa cidade.  /Por: Gildezo Silva/Ascom  Por: Nilson Marinho*

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