São 32 meses de espera, desde abril de 2017, os moradores do bairro de Itapuã aguardam a inauguração do Centro Esportivo Armindo Biriba, na Rua da Ilha. Os 300 adolescentes e crianças que eram beneficiados por aulas gratuitas no espaço poliesportivo, que foi derrubado para a construção do novo equipamento, questionam a morosidade da entrega das obras, que pela quinta vez teve a inauguração adiada pela prefeitura de Salvador.
A conta que não fecha é como a reforma de um equipamento que recebeu o investimento do governo federal de cerca de R$ 3 milhões há quase três anos tem apenas algumas vigas de ferro erguidas no local. Uma das respostas da prefeitura é em relação à problemas apresentados pela empresa contratada via licitação. A obra tinha o orçamento inicial de R$ 2,6 milhões acrescido para R$ 3,1 milhões, aumento de custo de cerca de meio milhão. [veja a resposta da prefeitura na íntegra abaixo].
Os relatos dos moradores reforçam o valor da funcionalidade do espaço que acolhia crianças, jovens e adultos da comunidade.
História do local
Ricardo Ferreira dos Santos, um dos líderes da comunidade do KM 17, destaca como o centro de esportes se tornou um dos principais pontos de aulas de esportes gratuitas no bairro. “O local começou como estádio e algumas arquibancadas. Acumulavam muitas pessoas no final de semana, pois disputávamos campeonatos de futebol intermunicipais".
Ainda de acordo com o morador do bairro, a população se uniu para ampliar a funcionalidade do local. "Nós da comunidade separamos um campo de futsal, construímos salas para aulas de capoeira, box e foi crescendo, com aulas de jiu-jítsu, taekwondo e futebol. Tudo gratuito e para as pessoas carentes da comunidade que estavam à margem da criminalidade, mas aí começaram essas obras que não terminam nunca e estamos à espera desde então”, relata.
De centro esportivo para abrigo de muriçocas
Outro morador do bairro de Itapuã, Erick Pereira destaca com o centro poliesportivo regrediu para abrigo de muriçocas. “Acompanhamos essa deterioração. A obra ficou abandonada durante muito tempo. Nos períodos de chuva [o local] começou a alagar em alguns pontos, no chão e na laje. Como foi barrado o acesso dos moradores, se tornou um grande criadouro de dengue. Aqui na região muitas pessoas pegaram dengue e chikungunya, resultado desse abandono nas obras”, pontua o vizinho da obra.
Outro morador do bairro de Itapuã, Erick Pereira destaca com o centro poliesportivo regrediu para abrigo de muriçocas. “Acompanhamos essa deterioração. A obra ficou abandonada durante muito tempo. Nos períodos de chuva [o local] começou a alagar em alguns pontos, no chão e na laje. Como foi barrado o acesso dos moradores, se tornou um grande criadouro de dengue. Aqui na região muitas pessoas pegaram dengue e chikungunya, resultado desse abandono nas obras”, pontua o vizinho da obra.
“Estamos sem justificativa, o motivo desse atraso e quando será inaugurado. Procuramos a prefeitura, a secretária de Esporte, mas o resultado é que não temos resposta, o que aconteceu com esse valor e quando será inaugurado. Estamos ansiosos pela entrega desse equipamento que poderia ajudar com a transformação social, de jovens de crianças", afirma Eric que também era professor no local.
No Centro Esportivo Armindo Biriba foram formados medalhistas que participaram de competições internacionais como Dandara e Patrícia Cheipiron. De acordo com relatos dos moradores, hoje alguns atletas estão parados por conta dos custos e distância de outro centro de esporte fora de Itapuã.
Apesar das obras estarem apenas com a estrutura de metal erguida, e uma engenheira e dois pedreiros trabalhando no local quando a equipe de reportagem chegou para fazer a matéria, a prefeitura de Salvador informou que a obra será concluída no início deste ano.
"A Prefeitura informa que a obra será concluída em fevereiro de 2020. Os atrasos ocorreram em função de problemas apresentados pela empresa contratada via licitação. O valor total da obra é de R$3,1 milhões". /Bnews
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