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Severino Silva / Agência O Dia |
Em nota, a Secretaria
de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que o ex-governador não aceitou
as refeições oferecidas nesta sexta.
O ex-governador Anthony Garotinho enviou uma carta à direção
do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para
anunciar que está em greve de fome por tempo inderteminado.
"Minha atitude é um grito de desespero contra a injustiça que
venho sofrendo, abalando fortemente minha família ", escreveu Garotinho no
documento. Ele diz ainda que quer ser ouvido pelo Conselho Nacional de Justiça.
"É uma decisão pessoal, pacífica. Sei das consequências para minha saúde,
mas não há horizonte", comenta ele em outro trecho do texto.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap)
confirmou que o ex-governador não aceitou as refeições oferecidas nesta
sexta-feira. Procurada, a assessoria de Garotinho não se pronunciou sobre o caso. O
advogado do ex-governador, Carlos Azeredo, informou que está a caminho da
penitenciária, onde pretende conversar com seu cliente.
Anthony Garotinho já fez uma greve de fome em 2006, após denúncias
de irregularidades em sua pré-campanha à Presidência da República. Na ocasião,
ele dizia que era perseguido politicamente.
O ex-governador foi preso pela Polícia Federal em novembro,
durante uma ação que apurava crimes de corrupção, concussão (recebimento
de dinheiro indevido ou obtenção de vantagens), participação em organização
criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.
Nas investigações, a PF e o Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro (MP-RJ) identificaram elementos que apontam que "uma grande
empresa do ramo de processamento de carnes firmou contrato fraudulento com uma
empresa sediada em Macaé para prestação de serviços na área de
informática".
Segundo a polícia, há a suspeita de que os serviços não eram
efetivamente prestados e serviam para mascarar repasses irregulares para campanhas
eleitorais. O contrato era no valor de R$ 3 milhões. A PF informou ainda que
outros empresários denunciaram que o ex-governador cobrava propina nas
licitações da Prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos
"fossem honrados pelo poder público daquele município".
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