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Igreja é condenada a pagar multa por ofender terreiro Juiz estipula R$ 5.000 como "danos morais"

Igreja é condenada a pagar multa por ofender terreiroEm um caso que se arrasta há um ano, o desfecho pode estabelecer um novo precedente na justiça do Brasil. Ano passado, a igreja evangélica Casa de Oração Ministério de Cristo inaugurou seu templo que fica ao lado do terreiro Oyá Denã. Ambos estão localizados no bairro de Mangueiras, periferia de Camaçari, Bahia.
Segundo a Justiça, os evangélicos terão de pagar uma multa de R$ 5.000 por causa de “ofensas morais”. A Defensoria Pública Estadual obteve uma liminar que impediria os membros da igreja de dizerem publicamente que o terreiro é “local de feiticeiros” e habitado pelo “demônio”.
Segundo testemunhas, era assim que os pastores se referiam ao Oyá Denã. Ricardo Alcântara, um dos autores da ação contra a igreja, afirma que “Os dois pastores denegriram tanto a imagem do terreiro que a chefe da casa de candomblé morreu numa noite, de infarto. Pelo excesso de ofensas, na própria intolerância religiosa em si”.
De fato, a ialorixá Mildreles Dias Ferreira, 90, mais conhecida como “mãe Dedé de Iansã”, morreu dia 1º de junho. Ela comandava o terreiro de candomblé havia 45 anos. Segundo sua família, um grupo de evangélicos fez uma vigília diante do terreiro na madrugada em que ela morreu. Eles fizeram orações em voz alta pedindo que Deus “limpasse aquele lugar do Satanás” e “afastasse o demônio”.
A polícia diz que 15 dias antes, mãe Dedé fez uma queixa formal contra a igreja. Após sua morte dela, sua filha assumiu o terreiro, que continua com suas atividades normalmente. Não há comprovação que a morte da líder religiosa tenha ligação direta com a disputa com a igreja
Além da multa já decretada, a igreja terá de pagar R$ 2.000 por cada nova ofensa que venha a ocorrer. Além disso, os pastores estão proibidos de fazerem durante os cultos o que a justiça classifica como “atos de intolerância”. A igreja precisa ainda, dentro de 30 dias, fazer um revestimento acústico em suas instalações. Caso contrário pode ser fechada.
O pastor Lindivaldo Viana de Santana, citado no processo, afirma que as acusações são falsas.  “Ninguém está atirando pedras no terreiro ou xingando frequentadores. A intolerância está partindo deles, que fazem rituais à meia-noite no meio da rua ou até na varanda da minha igreja”.
Conta ainda que “Já ouvimos que vão nos matar com obra de feitiçaria, de vodu”. Quando questionado se pretende recorrer, limitou-se a dizer que a decisão “está nas mãos do nosso senhor Jesus Cristo”.Com informações de Camaçari Notícias

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