Poder de barganha - Mesmo que o segundo semestre seja marcado por negociações de categorias com maior poder de barganha, como metalúrgicos, químicos, bancários e petroleiros, o embate será complicado, admite José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De 25 negociações analisadas pelo Dieese entre julho e agosto, 90% conseguiram apenas zerar a inflação. Oliveira diz que os resultados dos acordos do segundo semestre devem ser similares aos do primeiro, com conquista de aumento real por menos de 70% dos trabalhadores. O levantamento do Dieese tem amostra menor do que a da Fipe. No primeiro semestre, segundo esse levantamento, 68,5% dos acordos ficaram acima do INPC, e 14,6% abaixo do índice. Foi o pior resultado para os trabalhadores desde 2008, quando teve início uma nova metodologia da pesquisa. No ano passado, 93% das categorias tiveram aumento real. Além disso, o reajuste real médio foi de 0,51%, também o mais baixo desde 2008. No ano passado, o ganho dos trabalhadores no primeiro semestre foi mais que o dobro (1,46%) e no segundo de 1,16%. "O cenário desse segundo semestre é de dificuldade pois, entre os vários problemas, a dimensão da crise política contamina o cenário econômico", diz Oliveira. Com informações do Estadão Conteúdo.
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