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Mais de 40 empresas de sementes no Brasil devem ser alvo de fusões e aquisições; entenda por que

 

Divulgação / Freepik

O agronegócio atrai investidores e multinacionais para o país há décadas, mas a crescente pressão sobre a produção agrícola com a demanda global por alimentos transforma o mercado de sementes como o próximo grande alvo potencial para as operações de fusões e aquisições (M&A) nos próximos anos.

Um estudo da Hand, assessoria especializada em fusões e aquisições (M&A) e gestão de empresas, aponta que pelo menos 45 empresas de sementes têm alto potencial para receber um investimento ou serem adquiridas.

De acordo com os dados levantados, entre 2022 e 2023, foram mapeadas 53 transações no agronegócio como um todo e é possível notar a mudança no perfil das aquisições.

“Em 2022 foram adquiridos 15 distribuidores de produtos agropecuários e nenhuma sementeira, já em 2023, foram adquiridas quatro sementeiras, mesmo número de empresas compradas na distribuição, setor que, desde 2016, vinha sendo o principal alvo dos investidores” destaca José Venâncio, sócio da Hand, responsável pela área de M&A. 

Quanto à identificação das empresas potenciais alvos para M&A, a Hand utilizou de uma metodologia que combina softwares de análises de dados e análises individuais.

"Existem 3.233 CNPJs vinculados ao setor de sementes e 104 destas empresas têm um faturamento anual superior a R$30 milhões. Analisamos individualmente as 104 empresas e chegamos em um número de 45 finalistas. Estas empresas não são listadas na bolsa, nunca receberam um aporte de um fundo de investimento, nem pertencem a um grande grupo empresarial, geralmente são empresas familiares”, complementa Venâncio. 

O estudo também destacou a dispersão de culturas exploradas pelas sementeiras, com a soja liderando o foco, seguida por milho, trigo, sorgo, feijão, algodão e outras culturas como arroz, aveia, centeio, hortifrutigranjeiro e culturas forrageiras.

Essa diversificação indica a amplitude do mercado e as oportunidades para empresas que desejam diversificar seu portfólio. 

Para Thomas Britze, conselheiro da Hand no agronegócio, há diversos motivos que podem explicar a tendência. "A regionalização é um fator-chave devido às peculiaridades de cada microrregião em relação a altitude, clima, pragas e outros fatores que afetam a produtividade. Por ter uma shelf life reduzida, o transporte de sementes para regiões distantes da produção se torna inviável, impulsionando ainda mais a busca por ativos regionais. Além disso, empresas já presentes na cadeia de insumos agrícolas veem nas sementes uma oportunidade para ampliar seu portfólio", destaca Britze. 

Um case que contribui para a tese da Hand é o da Boa Safra, líder de mercado no setor de sementes de soja, que registrou um faturamento de cerca de R$2 bilhões em 2023, com uma participação de mercado de aproximadamente 8,5%.

"Esse exemplo positivo demonstra as boas margens e resiliência desse nicho de mercado, mesmo em contextos econômicos desafiadores a Boa Safra tem entregado ao mercado o planejamento apresentado no IPO em 2021 e é um exemplo de consolidador do setor. Além disso, em reuniões com fundos de Private Equity temos notado a intenção de investimento deste perfil de investidor também", completou Thomas.


por Verônica Macedo

veronica.macedo@bnews.com.br

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