Embora
pouco se fale sobre a perseguição de cristãos na América do Sul, os casos
de intolerância vêm se multiplicando em países como a Colômbia e o Chile. Ao
contrário da África, onde a questão maior são os islâmicos, em nosso continente
trata-se de uma questão político-ideológica.
No Chile, na região de Araucanía, sul do país, 27 igrejas foram
queimadas nos últimos anos. Em 2017 foram sete. Entre 2015 e 2016 chagou-se a
20 templos (12 católicas e 8 evangélicos). Todos os ataques foram de autoria do
grupo indígena Weichan Auka Mapu [Luta do Território Rebelde], de inspiração
marxista.
Eles afirmam defender os direitos dos mapuches, tribo que vivia no país
antes da colonização espanhola. Contudo, atualmente 87% dos membros da etnia
são cristãos, entre católicos e protestantes. Isso comprova que se trata de uma
questão que vai além da religião. Os mapuche são a etnia mais numerosa do
país com cerca de 700.000 membros, de uma população total do Chile de 17,5
milhões.
Muitas
das igrejas incendiadas também eram usadas como escolas e abrigos para pessoas
deslocadas devido a desastres. Juan Mella, presidente do conselho de pastores
da região e líder de uma igreja queimada em julho, diz ter testemunhado o
momento em que sua igreja foi reduzida a cinzas. O templo simples, de madeira,
fora construída 15 anos atrás, com dinheiro dos próprios fiéis.
Em setembro, quatro outras igrejas foram queimadas e várias
congregações, ameaçadas. Isso levou a polícia a colocar guardas nas duas
igrejas da região.
Em
um caso que se teve maior repercussão, quatro homens mascarados invadiram o
culto de domingo de uma igreja e a incendiaram. Até agora, foi o único em que a
polícia efetuou prisões. Os suspeitos alegam pertenceram ao Weichan Auca Mapu.
Eles deixaram uma mensagem pixada na igreja: “Cristianismo, cúmplice da
repressão do povo mapuche”.
Luis Torres, o promotor no caso dos quatro detidos, diz: “Além dos
ataques, há os panfletos que eles deixam com suas exigências e justificativas
do comportamento”. O governo chileno decidiu que os homens seriam acusados de
incêndio criminoso e não por terrorismo. Curiosamente, quando os mapuches incendiaram
caminhões florestais do governo, foram acusados de praticar um
‘atentado’.
O conselho de pastores de Araucanía publicou uma nota, que foi
divulgada pela Missão Portas Abertas: “É responsabilidade do Estado garantir
que eventos como esses não aconteçam novamente, assegurando que justiça seja
feita aos responsáveis, assim como protegendo as vítimas e garantindo que a
igreja seja reconstruída”. Com informações de Portas Abertas.
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