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Uma proposta detalhada em um artigo publicado na Mit Technology Review ontem (17) pegou muita gente de surpresa. A eGenesis, empresa sediada em Massachusetts, nos Estados Unidos, iniciou testes de transplantes de coração de porcos em babuínos – uma forte de teste para que o mesmo procedimento seja feito em bebês humanos.
O objetivo é fazer com que o recém-nascido que tem problemas no coração e está à beira da morte ganhe um tempo para aguardar o órgão de outro humano.
Essa técnica de transplantar órgãos de animais em seres humanos não é novidade, e começou a ser testada ainda no século XVII. Ela foi retomada com mais força entre os anos 1960 e 1990, com órgãos de macacos e babuínos.
A empresa desenvolveu uma técnica para que o coração do porco se pareça mais com o do humano. São feitas cerca de 70 edições no genoma do animal, para evitar as chances de rejeição, e adicionados sete genes humanos, que ajudam a reduzir a probabilidade de o órgão ser rejeitado pelo sistema imunológico do receptor.
Os cientistas pegam os núcleos contendo o DNA das células editadas e colocam em óvulos de porco e, uma vez fertilizado com o esperma, o embrião é implantado no útero de um porco adulto.
Os testes ainda estão no começo, e o objetivo da empresa é, antes do teste em humanos, focar em bebês babuínos. O primeiro dessa espécie, porém, precisou ser sacrificado no dia seguinte à sua cirurgia, por ter passado por complicações. O mesmo se passou com o segundo operado, com a incapacidade dos cirurgiões em manter os vasos sanguíneos do coração suíno conectados aos do babuíno.
Somente após sucesso desses primeiros testes que os corações passarão a ser oferecidos a bebês com menos de dois anos que tenham nascido com problemas cardíacos.
Por Camila Bairros
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