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“Uma em cada seis pessoas é afetada pela infertilidade no mundo”, diz OMS

 

Pixabay/Ilustrativa

Uma grande parte da população planeja, em algum momento da vida, constituir uma família e por consequência planeja a chegada de um filho (a). Mas, nem sempre esse projeto acontece da maneira que se quer por questões diversas e uma delas é a infertilidade, que segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados em abril, atinge uma a cada seis pessoas em todo o mundo, o que equivale a cerca de 17,5% de toda a população adulta.


Para ser classificado como infértil, um casal precisa estar exposto ao período de gravidez por ao menos um ano, sem sucesso. Com o intuito de entender um pouco mais sobre esse processo, o BNews conversou com a médica ginecologista Gérsia Viana, especialista em medicina reprodutiva, para tirar dúvidas e fazer alertas importantes sobre quais hábitos os casais devem ter a fim de poderem gerar um filho.

“Hábitos saudáveis, boa alimentação, prática de exercícios físicos, todos esses são fatores que ajudam o casal quando desejam ter filho. Mas aliado a isso é necessário ter uma vida sexual ativa com ao menos três relações por semana e, não necessariamente, apenas no período fértil”, detalhou.

A ginecologista também ressaltou a questão da idade, principalmente para as mulheres, que a partir dos 35 anos, já começam a ter uma queda expressiva na qualidade dos óvulos. “É importante perceber que a mulher precisa se atentar à sua faixa etária e evitar deixar para pensar em uma gravidez após os 35 anos, porque nessa fase ela já começa a ter questões orgânicas que dificultam um pouco mais ou até mesmo podem contribuir para uma gravidez de risco. Isso não quer dizer que a mulher não possa optar por parir em uma idade mais avançada, apenas do ponto de vista fisiológico não é o mais adequado”, ressaltou.


Gérsia também aproveitou para pontuar que o casal que escolheu congelar o material genético deve ter esses mesmos cuidados com a faixa etária. Viana também contou que o problema da infertilidade afeta a cerca de 35% dos homens e mulheres e outros 10 a 15 por cento dos casos ainda ficam sem uma resposta conclusiva através dos métodos científicos.


A psicóloga e psicanalista perinatal, Liliane Carmem Souza, que costuma atender pacientes com essas demandas, contou que na maioria dos casos em que há a descoberta da infertilidade o maior percentual de culpa acaba recaindo sobre as mulheres. “A mulher acaba ainda carregando esse fardo da culpa e essa frustração por não conseguir executar o planejamento da maternidade. A partir disso gera um impacto no bem-estar e consequentemente no emocional”, relatou.

Souza ainda destacou que é preciso conhecer um pouco da história de cada paciente para avaliar se o problema atual não decorre de outras demandas vividas no passado que acabam acarretando uma somatização. “Antes de qualquer julgamento, é preciso conhecer a história do indivíduo e convidá-lo a reflexão para que possamos entender como lidar de uma maneira menos dolorosa com essa situação adversa de tentar formar uma família biológica e não ter sucesso”, pontuou.


Ela acrescentou ainda que é essencial um acompanhamento psicológico para as pessoas que passam por essa problemática. “Nós observamos que, dentro do processo da reprodução assistida, o fator emocional é um dos maiores impeditivos, ou seja, as pessoas que estão vivenciando o processo não conseguem aceitar que a ciência tem as suas limitações e, portanto, a medicina não garante o êxito”, afirmou a psicóloga ao defender que não é papel da medicina, exclusivamente, solucionar a questão da infertilidade. Há fatores que escapam da ciência médica.

A advogada Marana Torres, passou por essa situação de não conseguir ter filhos de forma natural, e procurou a medicina reprodutiva para tentar realizar o sonho da maternidade. “Fiz dois tratamentos em cerca três anos após tentativas de ter um filho de forma natural e não ter sucesso. O pior foi ver pessoas próximas conseguindo e eu, nada”, contou. Torres ainda salientou que se arrepende de não ter feito acompanhamento psicológico na época, que segundo ela, é essencial, mas hoje é bastante realizada com a sua filha que tem 3 anos e tem projeto para aumentar a família. A advogada já tem material congelado e em um futuro breve vai tentar gerar mais uma criança.

por Bernardo Rego

bernardo.rego@bnews.com.br

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