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Brasileiros são espancados por seguranças de bar em Lisboa

 

Arquivo pessoal

Dois brasileiros foram brutalmente espancados por seguranças de um bar de Portugal na madrugada da última segunda-feira (22), em Lisboa. O caso, no entanto, só foi divulgado neste fim de semana, pelo Correio Braziliense.

Luís Almeida, de 30 anos, e Jefferson Tenório, de 29, estavam mostrando a cidade para a prima de Luís, Cinara, que mora na Itália, quando decidiram encerrar a noite se divertindo no bar Titanic Sur Mer

Quando o bar já estava fechando, Jefferson decidiu ir ao banheiro, enquanto Luís e a prima esperavam do lado de fora do estabelecimento. Luís, contudo, também decidiu ir ao banheiro, mas foi impedido por um dos seguranças, que o empurrou, dando início a briga.

O jovem explicou que o companheiro dele estava no banheiro e que ele aproveitaria para fazer o mesmo ante de seguirem para casa, mas novamente ele foi empurrado. Ouvindo a confusão, Jefferson saiu do bar e tentou se inteirar do que estava acontecendo. 

Outros dois seguranças do Titanic apareceram e começaram a agredir os rapazes. Um deles veio por trás e deu um soco no rosto de Luís e um murro no rosto da prima dele. Jefferson tentou apartar a briga, mas também foi agredido. Ele, então, pegou uma pedra e jogou contra a vidraça do bar, que quebrou. Os três seguranças partiram para cima dele e o levaram para os fundos do estabelecimento.

Para tentar escapar da surra, Jefferson se jogou dentro do rio Tejo. Os seguranças também entraram na água e continuaram dando socos e chutes no rapaz. A barbárie só parou quando a polícia chegou. Jefferson estava com o rosto desfigurado. Os funcionários do Titanic tinham quebrado o nariz dele. Luís estava com hematomas em todo o corpo.

Tratamento da polícia

De acordo com o Correio Braziliense, os policiais não pensaram em pedir explicações aos seguranças, mas se preocuparam em pedir a documentação das vítimas. 

Como os dois brasileiros estavam muito machucados, acabaram sendo levados para um hospital. Jefferson teve de passar por uma cirurgia de mais de três horas para recompor o nariz e acabou ficou internado por dois dias. Quando saiu do hospital, ele e Luís pediram ajuda ao Consulado do Brasil em Lisboa, que deu suporte jurídico e psicológico aos jovens.

Os dois também foram à delegacia do Bairro Alto, onde a ocorrência foi registrada. Quando chegaram lá, encontraram os policiais que atenderam a ocorrência no bar.

"Quando nos viram chegar, se dirigiram a nós e perguntaram o que estávamos fazendo lá. Dissemos que queríamos ser ouvidos, pois, durante a elaboração do boletim, na porta do Titanic, praticamente não haviam nos deixado falar", contou Luís. 

Os brasileiros foram atendidos pelo delegado de plantão, que anotou o relato dos brasileiros. Ambos alegaram terem sido vítimas de violência e pediram para incluir no Boletim de Ocorrência o tratamento inadequado que haviam recebido dos policiais.

O delegado, porém, se recusou a fazer esse registro sob a alegação de que o caso se viraria contra eles, que seriam malvistos. "Optamos, então, por deixar a delegacia. Estávamos nos sentimos desprotegidos. Quero acreditar que o tratamento que recebemos não tem nada a ver com homofobia nem com xenofobia e racismo", afirmou Luís.

Os dois jovens asseguram que, apesar da má-vontade dos policiais, vão levar esse caso até o fim. 

Segundo o Correio Braziliense, a direção do Titanic não retornou a ligação feita a eles e a polícia não se posicionou.

Outros casos

Essa não é a primeira vez que brasileiros são espancados em Portugal. Em julho de 2022, o caso de Jefferson Terra Pinto chocou o Brasil. O jovem carioca foi agredido na saída de uma casa noturna, também de Lisboa, após se envolver em uma confusão.

Na ocasião, o brasileiro caiu no chão e continuou sendo agredido com pontapés na cabeça. O suspeito pelo assassinado foi preso.

Outro caso que impressionou foi o do baiano Douglas Rosa, que vivia na cidade de Faro, e foi espancado, juntamente com um grupo de amigos venezuelanos, após ser expulso de uma boate. O brasileiro levou uma paulada na cabeça e precisou levar vários pontos.

por Sanny Santana

sanny.santana@bnews.com.br

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