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Dia Mundial do Parkinson: procurar ajuda acelera o diagnóstico e tratamento

 

Foto: Divulgação

Na próxima terça-feira (11), é celebrado o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson, com o objetivo de ampliar o acesso a informações importantes sobre a doença, que ajudam a prevenir e facilitar o diagnóstico. Assim, o tratamento pode começar logo e reduzir as limitações, bem como o sofrimento.

O que causa o Parkinson?

As causas exatas do desenvolvimento da doença de Parkinson ainda não são totalmente conhecidas, mas já se entende que a condição surge devido à degeneração gradual de regiões do cérebro principalmente relacionadas à coordenação dos movimentos. 

A produção de dopamina fica comprometida e, sem a quantidade necessária desse neurotransmissor, os sintomas vão surgindo e evoluindo.

Sintomas da doença de Parkinson

Os sintomas do Parkinson podem variar de acordo com o caso e com o estágio da doença, no entanto, destacamos os seguintes sintomas motores e não-motores (ou seja, que estão ou não relacionados aos próprios movimentos):

  • Tremores
  • Rigidez dos movimentos
  • Movimentos lentos
  • Dificuldade para manter a postura
  • Redução do equilíbrio
  • Ainda
  • Perda do olfato
  • Distúrbios de sono
  • Constipação (intestino preso)
  • Dificuldade para falar e engolir

De acordo com o neurocirurgião especializado em Parkinson, Dr. Bruno Burjaili, entender os sintomas da doença é essencial para buscar o diagnóstico, o que permite resultados mais rápidos para controlá-los.

“Conhecer os sinais do Parkinson e saber identificá-los é essencial para buscar ajuda médica neurológica o mais rápido possível. Desse modo, pode-se iniciar o tratamento e ser mantida uma melhor qualidade de vida. Mesmo não existindo cura, as diversas estratégias que utilizamos para controlar os sintomas impactam muito a rotina de quem luta contra a doença”, explica.

Como é feito o diagnóstico do Parkinson

“O diagnóstico de Parkinson pode ser difícil nas fases iniciais da doença, até porque alguns sintomas são sutis, e não se manifestam nos movimentos, existe também essa ideia geral de que apenas os tremores seriam importantes, o que não é verdade, as pessoas procuram ajuda quando eles começam a prejudicar a sua autonomia de forma mais acentuada, ou quando ficam com medo de consequências maiores”, afirmou o médico.

“Para diagnosticar a doença, utilizamos uma história clínica detalhada e fazemos o exame físico especializado (hoje em dia, até por vídeo é possível): tremor quando o paciente está em repouso, agilidade dos movimentos, rigidez nos membros, aspectos da caminhada, equilíbrio, entre outros, exames de imagem não dão o diagnóstico, e devem ser solicitados apenas em situações excepcionais”.

Os principais tratamentos para a Doença de Parkinson

O tratamento para o Parkinson é definido pelo profissional com base no caso de cada paciente, da progressão da doença, grau dos sintomas e diversos outros fatores, os medicamentos são fundamentais, e podem mudar drasticamente o dia-a-dia de quem está passando por isso.

Além dos medicamentos, são importantes métodos da Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoterapia, exercícios orientados pela Educação Física, entre outros, conforme a demanda individual.

Finalmente, a cirurgia de marca-passo cerebral é uma opção que pode ajudar muita gente, ainda que, infelizmente, existem pacientes que não são informados por seus médicos sobre ela. 

“A Estimulação Cerebral Profunda, mais conhecida como marca-passo cerebral, ou por sua sigla em inglês, ‘DBS’, é um tratamento que pode ter grandes resultados para pacientes com Parkinson. A cirurgia é feita por meio do implante de eletrodos com em determinadas áreas do cérebro, permitindo a realização de uma estimulação elétrica controlada que consegue modular o funcionamento destas regiões, permitindo uma redução significativa dos tremores, da lentidão, da rigidez, de movimentos involuntários, e melhorando a qualidade de vida do paciente” explicou.

“No entanto, é preciso ter em mente que cada caso é um caso, com suas particularidades, e a viabilidade da realização do procedimento deve ser analisada individualmente, através de um protocolo pré-operatório bastante rigoroso, assim, elevamos ao máximo o grau de sucesso e satisfação, com o mínimo de riscos”.

Como prevenir o Parkinson?

A prevenção do Parkinson não conta com muitas armas, os estudos não demonstram práticas que possam reduzir de modo claro o risco de surgimento ou a progressão da doença.

A exposição a alguns tipos de agrotóxicos aumenta o seu risco, além de substâncias suspeitas da indústria, por outro lado, a prática regular de atividades físicas bem orientadas é o que tem maior quantidade de evidências acumuladas na ciência no sentido de evitar o problema.

“Além desses dados positivos sobre o exercício físico, há informações mais vagas sobre a chamada dieta MIND e o consumo de cafeína, precisamos conhecer ainda mais para descobrirmos como atuar de modo mais efetivo nas causas”, complementou o Dr. Bruno Burjaili.

Sobre o Dr. Bruno Burjaili

Neurocirurgião especializado no tratamento de doenças da cabeça, nervos e coluna vertebral, com experiência em doença de Parkinson, tremores, distonia, dores crônicas e fibromialgia.

Por Redação Jornal de Brasília

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