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Republicana anuncia candidatura contra Trump nos EUA e movimenta xadrez eleitoral

 

Foto: Jim Watson/AFP

Donald Trump ganhou uma adversária pública, em meio a tantos velados, em sua intenção de disputar a Casa Branca em 2024. Nikki Haley, ex-embaixadora na ONU e ex-governadora da Carolina do Sul, anunciou nesta terça (14) que vai se candidatar à Presidência dos EUA.

É o primeiro desafio público a Trump desde que a figura mais popular do Partido Republicano anunciou sua candidatura em novembro. No sistema eleitoral americano, pré-candidatos da mesma legenda se enfrentam em prévias nos 50 estados do país, que devem ocorrer de fevereiro a junho de 2024, em um processo de fritura interna que vai eliminando candidatos até restar apenas um nome nas urnas.

Trump tem mais resistência entre os figurões do partido, mas ainda é o nome mais forte entre os filiados. Pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta terça apontou que 43% dos registrados no partido apoiam Trump. Na sequência vem o governador da Flórida, Ron DeSantis, com 31% do apoio. O ex-vice-presidente Mike Pence tem 7%, e Haley, 4%.

DeSantis, 44, hoje é a maior ameaça ao plano de Trump de voltar à Casa Branca. Ele foi reeleito na Flórida com expressiva margem e passou a ser visto como um sucessor natural do ex-presidente.

Controverso e popular, o governador acumula polêmicas como o fretamento de aviões com imigrantes venezuelanos para outras partes do país e a recente proibição de um curso de história afro-americana no ensino médio do estado. Além disso, é jovem, enquanto o ex-presidente terá 78 anos no próximo pleito.

Trump sabe que o rival é forte e abriu uma guerra. “Eu diria muitas coisas sobre ele que não são muito lisonjeiras. Sei mais sobre ele do que qualquer pessoa”, afirmou no ano passado à Fox News.

No fim de janeiro, DeSantis respondeu: “Eu saio da cama e tem gente me atacando de todos os lados. Não apenas vencemos a reeleição, mas também com a maior porcentagem de votos que qualquer candidato republicano a governador teve na história da Flórida.”

A projeção de Trump é tamanha sobre o Partido Republicano que toda a lista de adversários está de alguma maneira ligada ao ex-presidente. O apoio de Trump a DeSantis na primeira eleição do governador, em 2018, foi considerado fator crucial para torná-lo governador.

Outro possível adversário é o ex-vice-presidente Mike Pence, tido como traidor por radicais trumpistas por não ter embarcado na tentativa de golpe para impedir a posse de Joe Biden. Pence, no entanto, está em uma fase ruim. Ele acaba de ser intimado a prestar depoimento à Justiça em processo que apura a tentativa de Trump de reverter a derrota nas eleições de 2020, e o FBI encontrou na última semana mais um documento confidencial do governo em sua casa.

John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional de Trump entre 2018 e 2019, afirmou em janeiro que quer se candidatar. “Eu não concorreria por vaidade. Se eu não achasse que poderia concorrer seriamente, não entraria na corrida”, disse Bolton em entrevista no começo do ano.

Também há a expectativa de que o ex-secretário de Estado Mike Pompeo anuncie candidatura.

A própria ex-governadora Nikki Haley foi embaixadora na ONU por indicação de Trump entre 2017 e 2018. No vídeo em que apresenta sua candidatura nesta terça, ela afirmou que “é hora de uma nova geração de líderes”. Trump já afirmou que ela não deveria concorrer.

Nikki Haley, ex-embaixadora na ONU, com o então presidente Donald Trump em 2018; republicana anunciou candidatura Olivier Douliery – 9.out.2018/AFP **** Fora dessa lista, o senador Tim Scott, também da Carolina do Sul e único republicano negro no Senado, deve anunciar nesta semana que vai concorrer à Presidência –ele, porém, é crítico do ex-presidente.

A disputa fratricida entre os republicanos contrasta com o Partido Democrata, e não há nenhum nome competitivo nas bolsas de apostas para concorrer com Biden, apesar das críticas quanto à idade avançada do presidente, que terá quase 82 anos na próxima eleição.

A expectativa é que o democrata anuncie nas próximas semanas que tentará a reeleição.

Por FolhaPress

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