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Chanceler francesa viaja ao Brasil para ‘retomar’ relação política

 

Foto: Karim SAHIB / AFP

A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, viajará na quarta-feira (8) ao Brasil com o objetivo de “retomar” uma relação política prejudicada durante o mandato de Jair Bolsonaro, com a Amazônia na agenda, informou uma fonte diplomática.

“O principal objetivo é retomar nossa relação a nível político (…) Os últimos quatro anos não estiveram à altura das relações que devemos ter”, declarou à AFP a fonte, que pediu anonimato.

Colonna se reunirá na quarta-feira em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o chanceler Mauro Vieira e com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela abordará, entre outros temas, a Amazônia e a democracia, segundo a mesma fonte.

Na quinta-feira, a chefe da diplomacia francesa viajará a São Paulo para uma reunião com o governador Tarcísio Gomes de Freitas e para encontros com executivos de empresas de seu país presentes nos Brasil e com a comunidade expatriada. Ela também visitará um centro de atendimento a mulheres vítimas da violência.

Paris busca uma estratégia para “atualizar” a associação estratégica assinada em 2008 entre Lula e o então presidente francês, Jacques Chirac, com o objetivo de reforçar temas que atualmente são cruciais, como os desafios ambientais, a governança global, entre outros.

A cooperação transfronteiriça – a França tem com o Brasil sua maior fronteira terrestre com a Guiana Francesa – também estará na agenda.

O objetivo é que o presidente brasileiro, que iniciou em janeiro seu terceiro mandato, e o colega francês, Emmanuel Macron, assinem a atualização durante uma reunião ainda este ano – sem data marcada -, segundo a fonte diplomática.

O encontro pode acontecer por ocasião de uma reunião de cúpula na Amazônia – programada para 2023, mas sem data oficial – defendida por Lula e pelo presidente colombiano, Gustavo Petro. Macron foi convidado para o evento.

O retorno de Lula ao poder – após dois mandatos entre 2003 e 2010 – foi um bálsamo para as relações entre as duas potências econômicas, muito abaladas durante o mandato de Bolsonaro.

Símbolo da relação ruim, durante a última visita de um chanceler francês ao Brasil, Jean-Yves Le Drian, em 2019, Bolsonaro cancelou um encontro com ele e alegou outras obrigações. Na hora em que a reunião estava programada, ele apareceu ao vivo nas redes sociais cortando o cabelo.

A retomada da relação França-Brasil se concentra em particular nos temas que provocaram tensão durante o mandato do presidente de extrema-direita: gestão da Amazônia, proteção da democracia, defesa dos direitos humanos, governança global, entre outros.

Durante uma conversa por telefone em 26 de janeiro, Macron expressou apoio a Lula após “os ataques à democracia brasileira” de 8 de janeiro, quando seguidores radicais de Bolsonaro atacaram as sedes dos dos Três Poderes em Brasília.

© Agence France-Presse

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