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Câncer: CAR-T revolucionou maneira de tratar tumores hematológicos

 

Foto: divulgação

O mês de fevereiro recebe a cor laranja para alertar sobre a leucemia, um conjunto de doenças malignas que afetam as células do sangue responsável por 11.540 novos casos a cada ano no Brasil – o 10º tipo de câncer mais frequente entre a população brasileira, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Ainda de acordo com o Instituto, Brasília deve registrar mais de 170 casos da doença em 2023.

Além de conscientizar sobre os sinais de alerta e diagnóstico do tumor, o marco no calendário da saúde é também uma oportunidade de celebrar os importantes avanços nas frentes de tratamento, com inovações relevantes que vem revolucionando a oncologia como um todo.

De acordo com o hematologista da Oncoclínicas Brasília, Rafael Foureaux, existem vários tipos de leucemias. “Os mais comuns são: leucemia mieloide crônica, leucemia mieloide aguda, leucemia linfoide crônica e leucemia linfoide aguda. Elas são causadas por alterações no ciclo de vida das células brancas (leucócitos) e conforme o tipo de alteração e da célula envolvida, diferentes formas de leucemia podem acontecer”, afirma.

O hematologista explica que a ocorrência de leucemia pode aumentar com o envelhecimento. “De certa forma, os idosos têm maior risco de apresentar a doença em algum momento. Pessoas que são portadores de algumas doenças genéticas específicas, ou que já foram submetidas a tratamentos de câncer também têm maior chance de desenvolver a doença”, aponta o especialista. Entre as crianças, por exemplo, a leucemia é o tipo de câncer mais comum. Especialistas apontam que a doença corresponde a 25% dos diagnósticos em pacientes de 0 a 15 anos.

Sinais que podem indicar leucemia

Alguns sintomas da doença são: anemia, que leva o paciente a sentir fadiga e cansaço, redução na imunidade e sangramentos na gengiva ou no nariz. Mas, o médico alerta que esses sinais e sintomas não são específicos das leucemias e, por isso, um especialista deve ser consultado para ajudar no esclarecimento da causa das alterações.

Como a doença é diagnosticada

O hematologista da Oncoclínicas Brasília, explica que o hemograma simples é capaz de detectar doenças do sangue, inclusive leucemias. O especialista ressalta que o exame já apresenta as alterações e ao mesmo tempo pode descartar a existência de outras condições relacionadas aos mesmos sintomas da leucemia, como a anemia, por exemplo. A confirmação da doença só é dada a partir de um exame da medula óssea, o mielograma.

Tratamentos inovadores

Segundo Renato Cunha, onco hematologista e líder do programa de Terapia Celular, que inclui o CAR-T, do Grupo Oncoclínicas, a terapia celular e a imunoterapia estão na gama das modernas alternativas que têm mudado a vida dos pacientes.

“São drogas que, assim como a terapia celular, manipulam o sistema de defesa do paciente, atuando em níveis distintos para uma melhor resposta terapêutica do paciente. A imunoterapia é uma nova modalidade de tratamento que, pela sua importância, insere-se como um novo pilar na jornada de tratamento do paciente, junto com a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Nesse caso, no entanto, ela oferece uma resposta mais específica, pois trabalha de forma personalizada, guiada para tratar aquela célula, aquele câncer, aquela mutação, e não apenas de uma maneira geral, em todo o corpo”, analisa.

Neste cenário, ele explica que o CAR-T é o “player mais importante” em termos de resultados e inovações por transformar as condutas de combate ao câncer hematológico. A terapia gênica é baseada em células T de receptores de antígenos quiméricos (do acrônimo em inglês CAR), que deu origem ao nome CAR-T. A alternativa terapêutica consiste em usar células do próprio paciente e modificá-las, geneticamente, em laboratório para combater o câncer. Desta forma, se tornou possível habilitar células de defesa do corpo com receptores capazes de reconhecer o tumor e atacá-lo de forma contínua e específica.

“Essa opção para combate a tipos específicos de tumores hematológicos conquistou popularidade no Brasil na segunda metade de 2019, quando um paciente com linfoma não Hodgkin avançado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, no interior de São Paulo, foi considerado o primeiro da América Latina a alcançar a remissão da doença com uso de tecnologia CAR-T. Outros avanços consolidaram as descobertas relativas à eficácia da terapêutica no controle de diferentes tumores hematológicos”, comenta Renato Cunha, um dos médicos que compôs a equipe envolvida no referido estudo pioneiro no Brasil.

Cenário brasileiro

Apesar dos desafios, o especialista ressalta que o Brasil avança a passos largos na implementação dessas modernas terapias. No caso do CAR-T, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso dos primeiros medicamentos com essa tecnologia para uso no país e diferentes frentes científicas voltadas ao desenvolvimento da terapia gênica por instituições nacionais de referência, como o Instituto Butantã. Por enquanto, o uso da terapia já tem aprovação para alguns tipos de leucemia, linfoma e mieloma.

No tocante ao atendimento e acompanhamento especializado dos pacientes, as principais instituições médicas de referência em oncohematologia, da mesma forma, já se preparam para atender o contingente de pacientes potenciais para o tratamento com CAR-T. A Oncoclínicas, maior grupo especializado em oncologia do país, é parte desse ainda seleto grupo, já contando com as certificações necessárias e estando autorizada a realizar o procedimento.

“Contamos com uma equipe de médicos hematologistas, especialistas e outros profissionais da saúde que foram treinados para garantir o que há de melhor e mais moderno dessa nova linha de cuidado onco-hematológica. Além disso, a Oncoclínicas construiu uma linha de cuidados nacional, com absoluto rigor técnico das indicações. Através desse modelo, conseguimos atender e encaminhar para tratamento com células CART pacientes de qualquer região do Brasil”, diz Renato Cunha.

Segundo ele, o desenvolvimento dessa nova frente de atuação demandou, adicionalmente, uma intensa troca de conhecimento com outros centros de oncologia e hematologia de fora do país. “Para estarmos aptos a incluir o CAR-T na linha de cuidados oncológicos oferecida pela Oncoclínicas passamos os últimos anos em um intenso processo de imersão no assunto.

Contamos especialmente com o apoio do Dana-Farber CancerInstitute, da Harvard Medical School – referência global no tratamento do câncer e com o qual contamos com uma parceria exclusiva para a América Latina.

Assim foram somadas expertises nesse processo de aprimoramento, tanto das áreas físicas como da estruturação das práticas para realização das etapas que envolvem esse tipo de tratamento, criando um centro completo e altamente qualificado para atendermos aqueles que forem elegíveis à terapia CAR-T, como o centro que temos em Belo Horizonte através do Hospital Oncobio”, finaliza o líder programa de CAR-T do Grupo Oncoclínicas.

Por Redação Jornal de Brasília


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