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Com liquidez mais enxuta, dólar reage a questões domésticas e abre em alta

 

Foto: Reprodução

A primeira sessão de 2023 no mercado de câmbio deve ser de liquidez mais enxuta por conta do feriado em Nova York, e, por isso, mais sucessível à reações dos investidores ao noticiário doméstico principalmente sobre a prorrogação das isenções dos combustíveis. Em 2022, o dólar encerrou em alta de 0,47%, cotado a R$ 5,2800 no segmento à vista e uma desvalorização 5,31% no acumulado do ano. 

Na abertura, a moeda norte-americana apresentou alta de 0,24%, a R$ 5,2925 e, pouco antes do início da posse do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, renovou uma sequência de máximas, chegando a R$ 5,3630 (+1,57%) no segmento à vista e a 5,3930 (+1,35%) no futuro com vencimento para fevereiro. 

No domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) que prorroga a desoneração tributária dos combustíveis, que acabaria sábado, 31 de dezembro, mas será estendida por 60 dias. 

O assunto já havia sido adiantado pelo futuro presidente da Petrobras, senador Jean Paul Prates, pouco antes da posse presidencial. “Queremos garantir que não haverá nenhum movimento traumático, a não ser que seja necessário, por uma emergência”, disse. 

Segundo Prates, a ideia é fazer qualquer movimento de preços de forma orgânica. “Não é para ter trauma nenhum”, reforçou.

Outro ato assinado por Lula ontem foi o que autoriza ministros a retirarem Petrobras, Correios e Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) do processo de desestatização. Durante seu discurso Lula fez questão de reafirmar que o teto de gastos será revogado, mas justificou dizendo que seus governos anteriores nunca foram caracterizados por indisciplina fiscal. 

“A fala de Lula sobre seus planos para a economia não deve agradar os investidores”, indicam os analistas da LCA Consultores em nota. 

Para a LCA, com a MP prorrogando a desoneração dos combustíveis, Haddad aparentemente sofreu sua primeira derrota no governo. “Risco fiscal ficará maior”.

Ao chegar para a posse do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que medidas de isenção de impostos precisam sempre ser avaliadas sob a forma da exceção. “É importante que isenções sempre sejam analisadas num contexto abrangente e de exceção”, disse, ao ser perguntado sobre a prorrogação da isenção de impostos federais sobre os combustíveis. 

No exterior, o quadro econômico na China preocupa e pode derrubar os ativos de risco. Esta semana o foco estará na ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira e no payroll, que traz os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e será divulgado na sexta-feira.

Estadão Conteúdo

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