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Condenada, ex-secretária de campo nazista recorre da sentença

 

Foto: Christian Charisius/AFP

Um ex-secretária de um campo nazista, de 97 anos, recentemente condenada a dois anos de prisão com suspensão condicional da pena por cumplicidade em assassinato, decidiu apelar da sentença, anunciou o tribunal de Itzehoe, na Alemanha. O tribunal federal de justiça examinará possíveis falhas processuais, disse uma porta-voz do tribunal em comunicado. Até a análise, o veredicto é “não vinculante”. Um representante da parte civil também recorreu, acrescentou a porta-voz. 

Irmgard Furchner, de 97 anos, foi condenada em 20 de dezembro a dois anos de prisão com pena sob “sursis” em um dos últimos julgamentos contra o nazismo na Alemanha. Ela é acusada de cumplicidade em mais de 10.000 assassinatos no campo de Stutthof, na atual Polônia. Ela era julgada desde setembro de 2021. A sentença seguiu o pedido da acusação, que havia destacado o “excepcional significado histórico” deste julgamento, com uma sentença acima de tudo “simbólica”. 

Seus dois advogados haviam pedido o arquivamento do caso. Segundo eles, o julgamento não mostrou que ela tinha conhecimento dos assassinatos sistemáticos em Stutthof. O tribunal considerou, no entanto, que “o cheiro dos cadáveres era onipresente” e é “inimaginável que a acusada não tivesse se dado conta de nada”.

Furchner disse que “lamentava tudo o que aconteceu” e que “se arrependia de ter estado em Stutthof naquele momento”. A ré, que à época dos fatos tinha entre 18 e 19 anos, trabalhava como datilógrafa e secretária do então comandante do campo, Paul Werner Hoppe. 

Em Stutthof, um campo perto de Gdansk (então Danzig), onde cerca de 65.000 pessoas morreram, prisioneiros judeus, poloneses e prisioneiros de guerra soviéticos foram sistematicamente assassinados.

© Agence France-Presse

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