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Outubro Rosa também alerta para câncer de colo; doença fará quase 17 mil novas vítimas até o final deste ano

 

Divulgação/INCA

O Outubro Rosa sempre foi conhecido por promover a conscientização à respeito do câncer de mama. No entanto, recentemente, passou a disseminar também informações sobre um outro tipo de câncer, o do colo de útero, atraindo olhares para a importância do diagnóstico precoce e prevenção da doença. Dados do relatório anual do Instituto Nacional de Câncer (INCA), apontam o câncer de colo como o terceiro tipo mais incidente entre mulheres. Somente este ano, foram estimados 16.710 novos casos.

O neoplasia uterina consiste em um tumor maligno que se desenvolve na parte do útero que está no fundo do canal vaginal, tendo como a principal causa a infecção por subtipos do vírus HPV que pode provocar a transformação de células normais para células tumorais em decorrência da ação gradativa do vírus. Os subtipos do vírus com maior ação carcinogênica são o 16 e 18.

De acordo com a ginecologista, obstetra e coordenadora do Programa Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Sandra Renata Marques, a exposição ao vírus HPV é o principal fator de risco para esse tipo de câncer. Ainda segundo a especialista, a exposição sexual a múltiplos parceiros é fator relevante atualmente, uma vez que tal comportamento aumenta as chances de contaminação pelo HPV. O tabagismo também pode ser considerado fator de risco para a doença.

Ginecologista, obstetra e coordenadora do Programa Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Sandra Renata Marques

A médica destaca que a prevenção requer duas ações principais: comportamento responsável e vacinação para HPV. “É importante ressaltar que toda mulher que iniciou atividade sexual necessita de exames preventivos anuais, a fim de que lesões pré-cancerígenas possam ser identificadas e tratadas, conferindo chance de cura de 100%", frisa a especialista.

Diagnosticada com o câncer há dois anos, uma mulher de 42 anos, que preferiu manter a identidade preservada, relata sobre a descoberta e o tratamento da doença. “Relembrar tudo não é fácil. Fazia meus exames preventivos normalmente, meu ciclo menstrual sempre foi certo. Minha vida sexual iniciou aos 18 anos, não tive muitos parceiros e quando fazia o preventivo sempre era informada que estava tudo bem”, conta

Ela confessa que por conta das circunstâncias da vida, terminou por anos seguidos negligenciando a realização anual do exame Papanicolau (o preventivo). “Comecei a ter corrimento, mau cheiro, minha menstruação começou a ficar irregular, chegando a ter sangramento por quase 30 dias. Tudo isso se somou as dores pélvicas, um verdadeiro desconforto. Quando procurei a médica, recebi a triste notícia. Passa um filme na minha cabeça”, conta emocionada.

Sem filhos, ela soube através da médica que a histerectomia (retirada do útero) seria a única saída para cura da doença. “Graças a Deus e a minha médica foi tudo muito rápido e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em menos de 15 dias, fui operada. Hoje tenho a consciência da importância de nós mulheres realizarmos o exame preventivo anualmente. Certamente se eu pensasse em mim, na minha saúde, teria sido diferente”, enfatiza a mulher hoje curada do câncer.


Sinais - Especialmente em casos iniciais, o tumor não costuma apresentar sintomas. Mas, alguns fatores precisam ser observados pelas mulheres. Na lista de sinais que demandam atenção estão os sangramentos anormais, dores durante ato sexual, dor pélvica e corrimento vaginal anormal.  Já nos casos avançados, tais sintomas aparecem de maneira mais intensa.

A identificação da doença é feita através da biópsia de lesões suspeitas que podem ser notadas durante o exame ginecológico de rotina. Entretanto, outros exames podem ajudar no diagnóstico, a exemplo da colposcopia, que permite identificação de lesões não visíveis macroscopicamente. Em relação às chances de cura, a médica esclarece que elas variam conforme o estágio em que a doença é identificada. Por essa razão, o diagnóstico precoce é relevante para combater o câncer de colo uterino.

Vacina gratuita - A vacina do HPV é fundamental na prevenção do câncer de colo de útero por incluir os principais subtipos causadores de câncer de colo uterino e representar um importante avanço na prevenção da doença. Em países com alta cobertura vacinal, a expectativa é de que a doença deixe de ser um problema relevante de saúde pública nos próximos 20 anos. 

Em Salvador, o imunizante é ofertado gratuitamente nas unidades básicas de saúde da Prefeitura de Salvador e está disponível em todos as 156 salas de imunização da rede municipal. O público alvo é de meninas, de 9 a 14 anos, e meninos de 11 a 14 anos, homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.

Camila Vieira

BNews

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