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EUA impõe novas sanções contra autoridades do Irã

 

Foto: Roberto Schmidt/ AFP

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (26) sanções econômicas contra autoridades e empresas iranianas por conta da violenta repressão contra os protestos que agitaram o Irã desde a morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, e as interrupções deliberadas ao acesso à internet.

“Estamos anunciando uma medida conjunta entre os Departamentos de Estado e do Tesouro, designada a 14 pessoas e três entidades, (…) demostrando nosso compromisso em utilizar todas as ferramentas apropriadas para responsabilizar todos os níveis do governo iraniano”, esclarece o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, através um comunicado.

Essas medidas são tomadas “40 dias depois da prisão e morte de Mahsa Amini, de 22 anos, enquanto estava detida pela polícia moral do Irã, e a brutal repressão direcionada aos protestos pacíficos no Irã”, disse o Tesouro.

As empresas iranianas visadas pelas sanções de Washington estão “envolvidas nos esforços do governo iraniano para interromper a liberdade digital”, enfatiza o Tesouro, enquanto o Departamento de Estado destaca a “censura, vigilância e atividade cibernética maliciosa contra o povo iraniano”.

Amini morreu três dias após sua prisão pela polícia moral no Teerã, acusada de ter violado o rígido código de vestuário do país, que inclui o uso do véu no cabelo em público.

“Quarenta dias depois da trágica morte de Mahsa Amini, os iranianos continuam bravamente a se manifestar diante da brutal repressão e interrupção do acesso à internet”, disse o subsecretário do Tesouro, Brian Nelson, no comunicado.

“Os Estados Unidos estão impondo novas sanções para as autoridades iranianas que supervisionam as organizações envolvidas na violenta repressão e assassinatos, inclusive de crianças, como parte do nosso compromisso em responsabilizar todos os níveis do governo iraniano por sua repressão”, acrescenta.

O acesso à internet foi bloqueado nesta quarta-feira em Saqqez, cidade natal de Amini, província iraniana do Curdistão, por “motivos de segurança”, no dia de uma cerimônia que marca o fim dos tradicionais 40 dias de luto, segundo a imprensa local.

Mais de 1.000 pessoas foram acusadas de crimes no Irã desde o início dos protestos, segundo números oficiais.

Dezenas de pessoas, tanto manifestantes quanto membros das forças de segurança, foram mortas durante os protestos qualificados como “tumultos” pelas autoridades. Centenas de manifestantes, incluindo mulheres, foram presos.

© Agence France-Presse

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