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Ronnie Lessa confirma ter sido ajudado por Bolsonaro


 Acusado de matar a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e seu motorista, Anderson Gomes, no ano de 2018, o policial reformado Ronnie Lessa afirmou em entrevista à Revista Veja que recebeu ajuda do presidente Jair Bolsonaro (PL) no final de 2009.

Segundo Lessa, o presidente, à época deputado federal, intercedeu para que seu atendimento fosse priorizado na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) após o acusado perder parte da perna esquerda por conta de uma explosão de bomba em seu carro. Mesmo confessando a intercessão, Ronnie Lessa disse à revista que mal conhece Bolsonaro.


“Bolsonaro era patrono da ABBR. Quando soube o que aconteceu, interferiu. Ele gosta de ajudar a polícia porque é quem o botou no poder. Podia ser qualquer outro policial”, disse. 


Ronnie Lessa voltou a negar participação na execução da vereadora e aponta a culpa para o já morto Adriano da Nóbrega, miliciano morto na Bahia que era chefe do bando de milicianos e assassinos de aluguel conhecido como Escritório do Crime. Ele conversou com a Veja por videoconferência direto da Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande-MS, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.


Leia também:Investigação indica que Adriano da Nóbrega reuniu milicianos após assassinato de Marielle Franco
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Entre 2004 e 2018, Bolsonaro destinou ao menos 4,6 milhões de reais em emendas parlamentares para a ABBR entre os anos de 2004 e 2018. Ronnie Lessa morava e foi preso no mesmo condomínio em que Bolsonaro morava com a família, na Barra da Tijuca, zona nobre do Rio. Apesar da vizinhança e da ajuda, ele diz que nunca foi próximo do presidente.


"[Bolsonaro] É um cara esquisito. Se vi cinco vezes na vida, foi muito. Um dia cumprimenta, outro não, e mesmo assim só com a mãozinha. E nunca vi os filhos dele", disse para a Veja.


Em julho do ano passado, a Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o assassino de Marielle Franco e Anderson Gomes, sua esposa, o cunhado e dois amigos pelo crime de ocultação e destruição de provas.


Os cinco teriam ajudado a retirar os pertecentes de Lessa de um apartamento e a jogar no mar da Barra da Tijuca a submetralhadora usada no crime, em 2019, um ano após a morte da vereadora e do motorista, segundo investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ). A arma nunca foi encontrada.


O juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da 19ª Vara Criminal da Capital, condenou Lessa a quatro anos e seis meses de reclusão pela ocultação de armas. Como o ex-PM responde também pelo assassinato, ele segue preso na penitenciária de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia, ao lado do ex-PM Élcio Queiroz, outro acusado pelas duas mortes.


Os outros foram condenados a quatro anos de reclusão pelo envolvimento na operação de sumiço das armas. Mas, ao invés de serem presos, eles deverão prestar serviços à comunidade e ficar aos sábados e domingos em casa de albergado, por cinco horas diárias.


Reprodução/TV Globo    Redação BNews

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