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Governo Bolsonaro deixa riscos ao impulsionar Telegram em órgãos oficiais


 O governo de Jair Bolsonaro (PL) impulsionou o acesso da população ao Telegram por meio de órgãos oficiais. Ministérios e instituições públicas oferecem o aplicativo como um canal para serviços. A estratégia é questionada por especialistas da área de tecnologia, que identificam riscos para quem aderir a esses serviços pelo aplicativo.

Nesta sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a suspensão do aplicativo a pedido da Polícia Federal, em decisão classificada por Bolsonaro como "inadmissível".

Quem acompanha a área de tecnologia afirma que não é possível dissociar esse avanço do fato de o Telegram ser o aplicativo para onde Bolsonaro migrou em janeiro de 2021, convocando a sua militância.


O Laboratório de Humanidades Digitais, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), pode dar uma dimensão do contingente. Ele acompanha mais de 500 grupos de extrema direita no Telegram. Um grupo pode ter até 250 mil integrantes, e uma boa parte deles tem 80 mil em média.

O coordenador desse estudo, professor Leonardo Nascimento, que atua no novo campo da sociologia digital, se declarou "abismado" quando viu os canais com bots do governo federal. "Estão colocando o cidadão para dentro da estrutura de desinformação da direita", afirma. "É como se você desse de presente um aparelho de TV para que as pessoas pudessem ver os programas que você vai produzir."

Segundo Nascimento, apesar de o sistema de bots do Telegram ser muito eficiente, tudo que é oferecido pelo governo no aplicativo poderia ser desenvolvido pelo Estado. "Mas por alguma razão, que precisam explicar, preferem mandar as pessoas para o Telegram", diz ele.


Divulgação    Redação BNews

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