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Doria cogita desistir da candidatura à Presidência e seguir no Governo de SP


 No dia marcado para a transmissão do cargo ao vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), o governador João Doria (PSDB) pode anunciar sua desistência da eleição à Presidência da República. Ele estaria decidido a abandonar a disputa e continuar no Palácio dos Bandeirantes até o final do mandato, sem concorrer à reeleição.

Segundo a Folha apurou, ele já teria comunicado essa decisão, o que irritou seus auxiliares mais próximos, em especial o vice Rodrigo Garcia, que esperava assumir o governo do estado. Agora esse cogita deixar a função de gerente de governo e até desistir da disputa estadual, a qual, neste momento, Doria descarta.

O desempenho fraco na última pesquisa Datafolha e o apoio de uma ala do partido à pretensão de Eduardo Leite (PSDB-RS) de virar a mesa das prévias tucanas e ser escolhido candidato ao Planalto estariam motivando o governador de São Paulo a abrir mão da disputa presidencial. Leite renunciou ao governo do Rio Grande do Sul, anunciou que permanece no PSDB e disse que se vê em condições de ser candidato ao Planato.


A última pesquisa Datafolha mostra Lula (PT) com 43% das intenções de voto, contra 26% de Bolsonaro (PL), 8% de Sergio Moro (Podemos), 6% de Ciro Gomes (PDT), 2% de Doria e 1% de Simone Tebet (MDB).

Além disso, a rejeição de 30%, segundo a pesquisa Datafolha, atrapalha o plano do governador de se viabilizar como candidato da terceira via. Ele só perde nesse quesito para Bolsonaro e Lula, que são rejeitados por 55% e 37% respectivamente, segundo o levantamento.

Em jantar de empresários em sua homenagem, na noite desta quarta (30), ao falar sobre a coligação apalavrada do PSDB com União Brasil e MDB, além da federação com o Cidadania, Doria afirmou que não precisa necessariamente ser o candidato. Ele citou os nomes de Moro e Tebet.


"Não é preciso ter a prerrogativa do eu, a prerrogativa é o Brasil, são os brasileiros. Temos que ter grandeza de alma", disse. "Essa grandeza exige desprendimento, exige a capacidade de enxergar adiante".

Doria afirmou que Lula e Bolsonaro são pesadelos, criticou os casos de corrupção no Ministério da Educação e a censura a artistas no Lollapalooza.

Segundo a revista Veja, durante o jantar, realizado na casa do empresário Marcos Arbaitman, Doria reclamou muito do PSDB. Ele estaria se sentindo traído pela articulação, supostamente liderada por Aécio Neves (PSDB-MG), em torno do nome de Eduardo Leite.


Outro ponto que chamou a atenção na homenagem foi a ausência de Rodrigo Garcia. O vice-governador era presença confirmada, mas não apareceu. A possível desistência de Doria atrapalharia a estratégia eleitoral de Garcia, pré-candidato ao governo de São Paulo, pois ele deixaria de assumir o comando do Estado.

Garcia aparece com baixas intenções de voto, mas os aliados apostam que o jeito interiorano e o histórico de gestor público devem impulsioná-lo na corrida eleitoral. No comando do governo, ele contaria com a máquina do Bandeirantes a seu favor, o que inclui distribuição de verbas a deputados e a prefeituras, por meio de convênios e obras.

Em ritmo de campanha, o vice já vinha cumprindo agendas de compromissos separadas de Doria, com viagens ao interior para liberar benesses e participar de inaugurações. Como mostrou a Folha, existe uma preocupação entre tucanos e aliados de que a rejeição a Doria contamine a campanha de Rodrigo.


Os apoiadores de Doria estariam mobilizados para reverter a desistência da pré-candidatura. Durante a semana, dois dos principais nomes da cúpula do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra, defenderam o respeito ao resultado das prévias, em uma tentativa de apaziguar a crise interna do partido.


Photo Press/Folhapress    Folhapress

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