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Chapa de Sérgio Moro deve ser enxuta e com menor acesso a fundo eleitoral; entenda


 Pré-candidato à presidência pelo Podemos, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro deve ir à eleição contando apoio de poucos partidos e ter pouco acesso a fatias de campanha como fundo eleitoral e propaganda em veículos de comunicação como rádio e televisão.

Segundo a última pesquisa do Datafolha, publicada em dezembro, Moro está empatado tecnicamente no terceiro lugar com o também ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Desde o final do ano passado, Moro negocia uma aliança com a União Brasil, do pré-candidato à governador da Bahia, ACM Neto. O interesse tem a a ver com o acesso ao maior fundo eleitoral disponível no Congresso. As conversas, no entanto, não têm avançado.

Ao Jornal O Globo, a deputada Renata Abreu (Podemos), presidente do partido, afirmou que gostaria de ter uma "aliança mais robusta, mas se não for possível, não vejo problema em sair com coligação enxuta como fizemos nas (eleições) para prefeito (em 2020)".

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Renata Abreu ainda acredita no apoio da UB e mantém conversas usando como principal argumento unificar as candidaturas da chamada terceira via. Sem esse apoio, o Podemos fica isolado politicamente para as eleições de outubro, já que boa parte dos partidos do Centro apoiam a candidatura de Bolsonaro.

Sergio Moro e Renata Abreu durante plenária do Podemos
Sergio Moro e Renata Abreu durante plenária do Podemos (Foto: Divulgação)

Como plano B, a legenda de Moro já abriu diálogo com siglas menores, como o PSC, que indicou o vice do senador Álvaro Dias nas eleições presidenciais de 2018. A aliança, ainda não consolidada, encontra divergências internas de quem não quer se associar à legenda comandada pelo Pastor Everaldo, preso pela Operação Lava-Jato em agosto de 2020.

Aliados do ex-ministro dizem que dinheiro não é determinante para o sucesso na eleição deste ano. Entre os exemplos citados está a candidatura de Geraldo Alckmin (sem partido) para o Planalto, em 2018, em uma coligação que reuniu nove partidos, mas mesmo assim foi derrotada.

Ainda de acordo com O Globo, parlamentares do Podemos avaliam que o atual fundo, de quase R$200 milhões, não é suficiente para bancar uma campanha em todo país e investir na ampliação no quadro de deputadas e deputados federais - que a direção tem objetivo de aumentar o número de eleitos: de 11 para 25 deputados.

Sem o acesso a esses valores, a campanha aposta em meios digitais para se comunicar com o eleitorado. Em janeiro, a legenda ganhou apoio de lideranas do Movimento Brasil Livre (MBL) e lançou o podcast “deMorô”.

Outra fonte de recurso esperada é a doação de empresários, tarefa que ficou a cargo do coordenador da campanha e amigo pessoal de Moro, Luis Felipe Cunha. Para atrair esse público, o ex-ministro tem reafirmado sua condição de candidato reformista e com agenda liberal, discurso semelhante ao de Bolsonaro nas últimas eleições.


Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil    Redação

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