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Bolsonaristas baianos lamentam morte de Olavo; 'novatos' passam em branco


 Bolsonaristas baianos utilizaram as redes sociais nesta terça-feira (25) para lamentar o falecimento do escritor Olavo de Carvalhoconsiderado o "guru" do bolsonarismo.

Ao contrário de outros nomes da base do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Bahia que ressaltaram o legado do filósofo autointitulado, o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), atualmente o principal expoente do bolsonarismo no estado, limitou-se a registrar o seu lamento pela morte do escritor e desejar "que Deus o receba na sua infinita bondade e conforte os corações dos seus familiares, amigos e alunos". "Descanse em paz", escreveu no Twitter.

Lembrada como eventual alternativa a Roma como candidata bolsonarista ao governo baiano, a ex-secretária de Saúde de Porto Seguro, Raíssa Soares, agradeceu Olavo de Carvalho "por ousar, criar, se expressar de forma tão brilhante e mudar o rumo do pensamento humano, ensinando e ensinando, aprendendo e reaprendendo".

"O Brasil e o mundo se entristecem hoje! Deus console a família e os amigos!", manifestou a "Doutora Cloroquina", como é conhecida.

Nome próximo ao filho "Zero Três" do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o vereador de Salvador Alexandre Aleluia (DEM) publicou um vídeo em que Olavo o saúda e o parabeniza por ser seu aluno.

Na legenda, o edil classificou o ideólogo como "o maior de todos os intelectuais" do Brasil. "Professor Olavo iremos orgulha-lo e celebrá-lo a cada dia. Não descansaremos um minuto na nossa luta contra os comunistas. Guardarei sempre esse vídeo como lembrança", afirmou.

Na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), os deputados estaduais Capitão Alden e Talita Oliveira, ambos do PSL, homenagearam o guru bolsonarista, "um dos maiores filósofos da história brasileira" e "o principal responsável pela inserção do conservadorismo no Brasil", segundo a parlamentar.

"Os seus pensamentos e o seu legado já nos dão incontáveis frutos e continuará sendo sempre assim. Que Deus console o coração dos familiares, amigos e alunos! Descanse em paz, professor!", escreveu Talita.

"O mundo hoje perde um dos maiores pensadores da história. Professor Olavo, suas obras jamais serão esquecidas, o seu legado é grandioso! Descanse em paz e que Deus abençoe toda família e amigos neste momento", publicou Alden.

Na Câmara, o deputado federal Abílio Santana (PL-BA) disse receber "com profunda tristeza" a notícia da morte de Olavo de Carvalho.

"Meus sentimentos para toda família e amigos. Deixa como seu legado muitos ensinamentos e livros que permanecerão indestrutíveis entre nós. Que o Senhor o receba de braços abertos. Descanse em paz, professor!", escreveu.

André Porciúncula, titular da Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, uma das áreas sobre a qual o "olavismo" é mais atuante, afirmou que "o Brasil perde um dos seus grandes pensadores". "Sem dúvida, moldou uma geração. Ele se vai, mas suas ideais permanecerão para sempre", publicou.

Passaram em branco

Apesar de toda a comoção em torno da morte de Olavo de Carvalho, alguns nomes "recém-desembarcados" no bolsonarismo baiano passaram em branco em registrar o falecimento do ideólogo.

Foi o caso do deputado estadual Robinho (PP), que após deixar a base do governador Rui Costa (PT), tem se esforçado para demonstrar alinhamento ao discurso de Jair Bolsonaro (PL).

Poucos dias após anunciar seu rompimento com o grupo governista, inclusive, o parlamentar esteve presente no ato de celebração dos mil dias de governo do presidente, na cidade de Teixeira de Freitas, no sul do estado.

Outros que estão de saída da base de Rui Costa e têm tentado se aproximar do bolsonarismo, os deputados estadual Samuel Júnior e federal Alex Santana, ambos do PDT, também nada declaram sobre a morte de Olavo até a publicação da matéria.

Os dois parlamentares marcaram presença nos atos bolsonaristas de 7 de Setembro, razão pela qual viram o presidente estadual do PDT, Félix Mendonça Júnior, abrir processo de expulsão contra eles.

Já a deputada federal Dayane Pimentel (PSL-BA), ex-apoiadora de Bolsonaro e agora principal aliada na Bahia da candidatura de Sergio Moro (Podemos) à Presidência, afirmou no Twitter que o "guru" faleceu de Covid-19, "vírus mundial que ele negava".

Morte

Olavo de Carvalho faleceu nesta segunda-feira (24). A morte ocorre dias após ele ser diagnosticado com o novo coronavírus.

Ideólogo bolsonarista, durante a pandemia, Olavo por diversas vezes minimizou a gravidade da crise sanitária provocada pelo Sars-CoV-2 e a importância da vacinação.

Sua morte provocou reações no cenário político nacional. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos lamentaram o falecimento.

"Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre", escreveu o chefe do Planalto.

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, escreveu que "Olavo de Carvalho negou o vírus, escarneceu dos mortos, não se vacinou, morreu do vírus e será sepultado na Terra redonda".

"Ainda assim, ao contrário dele", ponderou Renan, "não festejo sua morte". "Lamento todas as mortes e as vítimas da Covid e deploro ainda mais o negacionismo que as provocou", publicou o senador.

Uma das filhas do escritor, Heloísa de Carvalho, pediu em uma publicação nas redes sociais que Deus perdoasse todas as "maldades" que seu pai cometeu.

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