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Rui Costa teve um dos anos mais difíceis de toda a gestão; entenda


 O governador da Bahia, Rui Costa (PT), sofreu todo tipo de pressão possível em 2021 - seja na área de gestão, seja no campo político. A principal delas, claro, foi durante as ações contra Covid-19. Os setores do comércio, turismo e entretenimento trabalharam fortemente para que o chefe do Palácio de Ondina flexibilizasse as medidas de restrição necessárias para contar a disseminação da doença. A Retrospectiva do BNews traz outros fatos que marcaram o ano do petista.

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Apesar das críticas, Rui não desistiu de manter as decisões e chegou a defender, inclusive que o ideal era que fosse possível determinar o fechamento total de todas as atividades por 20 dias consecutivos. O governador, no entanto, reconheceu que a medida seria fatal para boa parte da população baiana, que sobrevive pelo trabalho no comércio local e, em sua maioria, informal.

No campo político, ele iniciou o ano envolvido no imbróglio em torno da presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Ele cobrou o cumprimento do acordo firmado na última eleição para Mesa Diretora entre ele, Nelson Leal (PP), ex-presidente da Casa e Adolfo Menezes (PSD) para que o pessedista fosse o candidato único da base. Após intensas articulações, Adolfo foi alçado ao posto máximo do parlamento estadual.

Rui senador?

No campo político, Rui Costa precisou responder a uma série de questionamentos sobre o seu futuro político. O governador disse que a vontade dele era de permanecer no cargo até o fim do governo, em 31 de dezembro de 2022. A ideia tinha sido reacesa pelo PP, que pediu ao petista que ele deixasse o posto para que o vice-governador João Leão (PP) assumisse o comando do Executivo estadual por nove meses.

"Terei o maior prazer de ficar até o último dia do meu mandato. Eu não tenho essa ansiedade, esse desespero por sair candidato a senador, eu nunca fiz da minha vida essa obsessão por cargo público nem por carreira política, eu faço parte de um grupo político e o que for melhor pra esse grupo político que vem transformando a Bahia e que quer ajudar a salvar o Brasil, eu estarei a disposição desse grupo", disse, em entrevista coletiva.

Wagner 2022

Rui também foi intensamente questionado sobre quem seria o seu sucessor, diante das notícias de que o PSD de Otto Alencar e o PP de João Leão poderiam lançar candidatos próprios. Também pesou o fato de o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sair em pré-campanha pela Bahia. Em março, ele anunciou uma decisão: o senador Jaques Wagner (PT) entraria no páreo.

João Leão: "Serei governador, meu filho"

Atual vice-governador da Bahia, João Leão pressionou ao longo do ano Rui a renunciar do cargo para que ele assuma a gestão estadual durante o período eleitoral. O governador concorreria ao Senado neste cenário. Em uma de suas pérolas recentes, o "bonitão" pepista  disse que quer ser governador da Bahia com o apoio do PT.

"João Leão governador. Bote isso na cabeça, com o apoio do PT, por isso, estou aqui [no evento]. Agora, é aquela velha história, como eu cantei: ‘Quem eu quero não me quer, quem não me quer mandei embora' [...] Aí vou caminhar, procurar outra coisa”, cantarolou, em uma ocasião.

Em outra entrevista ao BNews, ele cravou que sentaria na cadeira principal do Executivo baiano. "Eu vou ser governador da Bahia, meu filho. Pode escrever isso. Se Rui sair, eu serei governador, se Rui não sair eu serei governador da Bahia. Pode ter certeza disso", disse.

Caso Fábio Vilas-Boas

Um dos principais baques do ano para o Governo do Estado se deu durante o escândalo envolvendo o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas. O médico agrediu verbalmente a chef de cozinha e empresária, Angeluci Figueiredo, do restaurante Preta, localizado na Ilha dos Frades, chamando-a de "vagabunda", além de outras ofensas.

Rui foi pressionado, inclusive pela base aliada, a demitir o colaborador. Após um silêncio que durou alguns dias, Fábio acabou pedindo exoneração do cargo.

"Traíras"

Rui também subiu o tom contra deputados baianos e causou uma crise durante a tramitação da PEC dos Precatórios. As críticas acontecem após a aprovação na Câmara  do texto-base da Proposta, que o chefe do Executivo estadual foi contra. Ele classificou os deputados baianos da base aliada, que votaram a favor da matéria, como "traíras".

O deputado federal Otto Filho (PSD) se irritou reagiu contra a fala. "A relação política entre o PSD e o PT foi abalada. O governador Rui Costa orientou o PSD, liderado pelo senador Otto Alencar (PSD), a conversar com o presidente Arthur Lira e viabilizar o melhor relatório da PEC dos Precatórios. Portanto, houve a inteira concordância do governador", disparou, no Twitter.

Carnaval "impossível"

Em dezembro, Rui bateu o martelo e anunciou que está descartada a realização do Carnaval da Bahia no próximo ano. O anúncio foi feito em conversa com jornalistas na antevéspera do Natal após meses de especulações. O motivo alegado foi o momento ainda de pandemia contra o coronvírus no mundo por conta da variante Ômicron e a busca pela prevenção para a população.

Antes da decisão, ele foi pressionado pelos parlamentares baianos e criticou o que chamou de "pressa descabida" para anunciar uma decisão. Ele também disse "não iria aceitar ultimato" e que "não iria jogar trabalho fora" só para atender a demanda do setor do entretenimento.

O Presidente da Comissão Especial de Retomada dos Eventos de Salvador, o vereador Claudio Tinoco (DEM) declarou que reações do governador contra as pressões eram "infundadas" e poderiam se justificar pelo seu "temperamento nervoso".

Tragédia na Bahia

A tragédia decorrente das chuvas no Extremo Sul da Bahia forçaram a gestão estadual se unir ao Governo Bolsonaro.  O governador da Bahia e o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), se reuniram de forma inédita para resolver os estragos e socorrer os municípios atingidos. Ao longo do ano, os dois trocaram farpas em diversos momentos.

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Divulgação    Henrique Brinco

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