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Falta de empatia no dos outros é refresco…


 Se aproveitar eleitoralmente das desgraças é algo repulsivo, seja com questões naturais, seja até com questões sanitárias como vivenciamos no período do ápice da pandemia. As regiões Sul e o Extremo Sul da Bahia pedem socorro para reconstrução daquilo que foi devastado pelas fortes chuvas nas últimas semanas. Famílias lamentam por tudo aquilo que levaram anos pra construir. São 30 cidades baianas em situação de emergência.

As imagens da enxurrada são impressionantes: animais sendo levados pela correnteza, pessoas com casas com água até o teto ou até mesmo jorrando de fora pra dentro destruindo tudo pela frente. Algo desolador.

presidente Jair Bolsonaro resolveu dar as caras. Até aí, tudo bem. Pontos para ele, mas como sempre a emenda sai pior do que o soneto: ao invés de utilizar o discurso de paz e unidade, joga gasolina na fogueira e se aproveita daquilo que é um momento de solidariedade para fazer discurso político. O que tem a ver o fiofó com as calças quando o chefe do Planalto, após sobrevoar uma área destruída, durante a coletiva, compara o estado vivido nos municípios com o fechamento do comércio para estancar a proliferação da pandemia? Não consigo encontrar a relação.

Andar de carro aberto nas ruas acenando ao povo e dando risada como se fosse clima de festa ou alegria? Sem empatia.

Até a imprensa que lá estava foi agredida: relatos de que a repórter Camila Marinho da TV Globo recebeu um “mata-leão” de um segurança do presidente. Os das TV Aratu também sofreram com os trogloditas. Lamentável. Repudiável. A Globo soltou nota cobrando manifestação da Procuradoria-Geral da República - que tem o baiano Augusto Aras em sua frente - sobre ação que corre no STF sobre as agressões sofridas pela imprensa pelo aparato institucional. E com razão.

Diferente, até então, dessa postura narrada, o governador Rui Costa (PT) foi mais tímido em sua aparição pública, mas compreensível. O momento não é de festa, de comício ou de contabilizar quem reuniu mais gente, como tem deputado cantando de galo em grupos de WhatsApp. Agora é arregaçar as mangas e mostrar quem ajuda mais ou quem está disposto a trabalhar unido. Quem precisa é o povo.

Até os artistas e influenciadores digitais pregam o discurso da solidariedade, mas os de fora. Os de dentro pouco se mobilizaram. A contabilizar os primeiros a aderirem a causa pelo povo do sul da Bahia: Felipe Neto e Whindersson Nunes.

Os vídeos e fotos de festa podem ficar para a campanha do ano que vem. Essa sim será mensurada como o povo vai avaliar as atuações e vai demonstrar simpatia por quem realmente quer. Enquanto isso, falta roupa, alimento ou mínimo possível de dignidade humana para milhares de pessoas que precisam de empatia de todos, principalmente do poder público nas suas diferentes esferas.

Victor Pinto é editor do BNews e âncora do programa BNews Agora na rádio Piatã FM. É jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. É colunista do jornal Tribuna da Bahia, da rádio Câmara e apresentador na rádio Excelsior da Bahia. 

Twitter: @victordojornal

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Victor Pinto

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