A advogada Alice Cintra foi mais uma a entrar na corrida eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção Bahia. Ela anunciou sua pré-candidatura à presidência da entidade por meio de uma publicação em seu perfil no Instagram.
No anúncio, a advogada afirmou que “ser advogado não é abaixar a cabeça e nem ser submisso a interesses outros senão os que representem a defesa das liberdades individuais, a defesa da democracia enquanto valor constitucional, e, sobretudo, a defesa dos Advogados”.
Em outro trecho da publicação, ela criticou a atuação da entidade na Bahia. “Nesses últimos anos venho sentindo na pele a dificuldade do exercício do nosso ofício, que se encontra em total desemparo pelo nosso órgão de classe”.
Em conversa com o Bnews, Alice Cintra, que é sócia de um grande escritório da capital e filha do ex-desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, Carlos Alberto Dutra Cintra, destacou a importância de sua pré-candidatura como cabeça de chapa nas eleições de um órgão que nunca antes teve candidaturas de mulheres à presidência e afirmou ser candidata de oposição.
“Ser pioneira faz parte da minha história e está no sangue. Eu, como mulher, me sinto honrada por ter sido escolhida pelo meu grupo para encabeçar essa disputa em uma chapa de oposição, o que por si só já é um desafio. Essa missão requer coragem, esforço e, sobretudo, abdicação”.
Ela também ressaltou o significado de candidaturas femininas para a presidência da OAB.
“Ruptura de padrões, quebra de paradigmas, empoderamento da mulher advogada e a paridade efetiva de gênero! Precisamos parar de romantizar a “soberania” masculina nos processos de gestão. A ORDEM precisa de gente disposta a mudar, a trabalhar e que represente de forma efetiva as necessidades da categoria e da sociedade como um todo”.
Questionada sobre a realidade da advocacia baiana neste momento e sobre as necessidades urgentes da classe, ela pontuou ser essencial a união e o fortalecimento dos profissionais e apontou problemas da atual gestão, criticando a condução da entidade.
“Precisamos de uma classe unida e fortalecida. É necessário que toda a sociedade compreenda que uma advocacia forte é uma forma de proteger o cidadão. Nós advogadas e advogados representamos a voz de toda uma sociedade. E atualmente a OAB/BA deixou a advocacia orfã e à mercê de interesses outros, que não os da classe. O resgate da representatividade da advocacia e a luta pelo efetivo cumprimento das prerrogativas dos advogados é primordial”.
Quando perguntada sobre se já havia pensado anteriormente em disputar a presidência da OAB/BA, ela apontou que esse desejo se tornou mais forte diante da omissão do atual comando da seccional baiana.
“Essa necessidade veio latente com uma gestão omissa, que não representa os nossos anseios e luta por nossos direitos. A manutenção de um Estado Democrático de Direito é necessária e mais que pertinente. Não podemos mais esperar, não podemos mais “brincar de representar” enquanto famílias inteiras estão impactadas pelo descaso com os advogados e advogadas. Me sinto forte e preparada, embora saiba que ir de encontro ao sistema não é uma tarefa fácil. Ser oposição exige preparo, ética e uma vontade enorme de fazer dar certo”.
Sobre as primeiras propostas que devem dar a tônica de sua empreitada na disputa, ela afirmou que os advogados baianos possuem algumas necessidades urgentes que precisam ser levantadas e que são pilares de sua campanha, como a “Defesa das prerrogativas, resgate da dignidade dos nossos colegas advogados, transparência na Ordem (ansiamos uma mudança de posicionamento e postura)”.
Alice Cintra afirmou que os demais nomes de sua chapa devem ser anunciados em breve.
Classificação Indicativa: LIVRE
Por: Repdoução/Instagram Por: Lucas Pacheco
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