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CPI da Covid: Confrontado, Blanco diz que negociava vacinas para o setor privado


 Indagado pelos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o tenente-coronel Marcelo Blanco admitiu ter a intenção de negociar vacinas para o mercado privado. Ele exibiu mensagens trocadas com Dominghetti no dia 22, mas o jantar com o cabo da Polícia Militar e com o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, suspeito de pedir propina de US$ 1, aconteceu no dia 25 de fevereiro, quando Blanco já tinha se desligado da pasta.

Ele exibiu uma conversa de Whatsapp com o cabo do dia 9 de fevereiro, sobre a venda de vacinas a empresas privadas. No dia 22, outra mensagem o cabo da PM informa que tinha reunião marcada com a Secretaria-Executiva. 

O militar responde a Dominghetti que teria uma reunião no dia seguinte e poderia passar informações importantes sobre a negociação de vacinas para o mercado privado.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), intervém e destaca que naquele momento ainda não existia nem o debate ainda sobre a lei que permitia a compra de vacinas por empresas privadas. A senadora Eliziane Game completou e lembrou que o PL só foi aprovado no dai 17 de março, quase um mês após a mensagem de Blanco ao cabo da PM.

Blanco exibe uma matéria da imprensa de janeiro que falava sobre a possibilidade da compra de imunizantes por empresas privadas.

O meu intuito em relação ao senhor Dominghetti se restringia ao desenvolvimento de um possível mercado de vacinas para o seguimento privado, assunto que estava em discussão pela sociedade civil por meio de interesse de grandes grupos econômicos brasileiros", afirmou Blanco à CPI. Ele diz que via em Dominghetti um possível parceiro para negociar vacinas no mercado privado.

“Eu prospectava na figura do Dominghetti, até porque eu estava sendo conhecimento dele, eu prospectava que ele poderia ser um possível parceiro comercial na iniciativa privada, está claro em várias mensagens que eu coloquei aí, então, é uma coisa absolutamente estanque da outra”, disse.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), que preside a Comissão, não acreditou na fala do tenente-coronel. Segundo ele, Blanco tentatava fazer uma negociação paralela para a aquisição de vacinas pelo Ministério da Saúde, e o acusou de "advocacia administrativa".

Quando Dominguetti sai da reunião do Ministério da Saúde, manda mensagem para Vossa Excelência. Mostra uma advocacia administrativa muito clara para todos nós aqui. O senhor não estava negociando vacina para o privado. Era para o Ministério da Saúde.

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Por: Jefferson Rudy/Agência Senado 

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