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Manobra de Doria para unir PSDB em torno de seu nome abre crise no partido


 A iniciativa do governador de São Paulo, João Doria, de tentar enquadrar o  PSDB em torno de seu projeto presidencial para 2022 abriu uma crise na legenda.  

Anteriormente, o jornal Folha de São Paulo havia noticiado que o tucano ofereceria um jantar à cúpula do PSDB na noite da última segunda-feira (8), no Palácio dos Bandeirantes, para propor expurgar o grupo deputado federal Aécio Neves e absorver dissidentes do DEM ligados ao ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Nesta terça-feira (9), o periódico publicou que a ocasião foi marcada pela tensão entre Doria e integrantes da cúpula do partido. Aliados do governador - como o presidente do PSDB paulista Marco Vinholi e o presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris - apresentaram um plano para que Doria assumisse a presidência da sigla em maio. 

Assim , poderia controlar o partido no ano que antecede a campanha eleitoral, inclusive a divisão de verbas para candidaturas estaduais. O ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira, que representava a velha guarda do partido no encontro, ponderou que Doria caminharia para uma derrota certa se insistisse no plano.

De acordo com a publicação, o jantar foi finalizado por volta da 1h e motivou a organização - por meio de grupos de WhatsApp - de uma viagem de deputados do PSDB ao Rio Grande do Sul, com a intenção de pedir que Eduardo Leite, governador tucano do estado, se assuma como postulante à Presidência.

Seu nome é sempre citado nesse tipo de articulação e conta com a simpatia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Aliados de Doria creem que o movimento pode ser bom para o tucano, pois forçaria a comparação de densidades eleitorais.

Um interlocutor de Covas, contudo, avalia que o movimento do governador pode ter garantido a realização de prévias dentro do PSDB —ou até aberto o caminho para que ele deixe a sigla, algo que seu grupo descarta agora. 

Já um aliado de Doria, também escutado pela Folha, amenizou a situação, afirmando que o peso natural do cargo e sua projeção nacional como principal antagonista de Bolsonaro na condução da crise da pandemia farão a sigla repensar o plano, e que o jantar era apenas um começo de conversa.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não compareceu ao encontro mas marcou uma reunião com Doria na próxima quinta-feira (11).​  / Por: Reprodução/GOVESP 

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