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Governador de Mato Grosso do Sul é indiciado pela PF por R$ 67 milhões em propinas da JBS


A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta segunda-feira (06), o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa no recebimento de propinas da JBS que totalizaram R$ 67 milhões. De acordo com o jornal O Globo, a PF estima que as ações de Azambuja causaram um prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres públicos do estado.
Ao O Globo, o pessedebista negou que tenha cometido qualquer irregularidade e afirmou que encara a conclusão com "estranheza e indignação". O inquérito concluído pela PF indicia o filho do governador, Rodrigo Souza e Silva, e outras 20 pessoas envolvidas no esquema.
A investigação teve início após delação premiada dos executivos do grupo J&F "Cabe destacar o papel de comando da organização criminosa exercido pelo governador Reinaldo Azambuja, seja diretamente, seja por intermédio de seu filho Rodrigo Souza e Silva", argumentou na conclusão do relatório o delegado Leandro Alves Ribeiro
De acordo com a investigação, o governador entregava pessoalmente à JBS as notas fiscais frias, que serviriam para dissimular os pagamentos de propina. "Somente nos dois anos iniciais do governo de Reinaldo Azambuja, a emissão das notas fiscais teria viabilizado o repasse de mais de R$ 40 milhões de vantagem indevida em seu benefício, superando, desse modo, sozinha, o somatório de pagamentos realizado através de entregas em espécie e por meio de doação eleitoral oficial", diz o relatório.
As operações financeiras usaram principalmente o frigorífico Buriti. De acordo com a investigação, após os pagamentos da JBS ao frigorífico, ocorriam saques em dinheiro vivo e/ou repasses para contas de parentes de Azambuja.
"Wesley Batista esclareceu que foi repassado ao governador Reinaldo Azambuja, em espécie, o montante de R$ 12,1 milhões, por meio de entregas realizadas nas cidades de São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ", diz o relatório.
A defesa do governador divulgou uma nota questionando a credibilidade da deleção premiada que deu início a investigação.
Leia a nota divulgada pela defesa do governador:
"Trata-se de denúncia antiga, baseada em delações premiadas sem qualquer credibilidade e provas, que vêm sofrendo, em casos diversos no país, inúmeros questionamentos judiciais quanto à sua procedência e consistência. Passados três anos de inquérito tramitando no STJ, não foi possível concluir ou ao menos indicar de que forma o governador teria praticado qualquer tipo de ilícito. Desde a Operação Vostok, realizada de forma midiática e exorbitante, bem no meio da campanha eleitoral de 2018, não se conseguiu produzir uma única prova de que tenha recebido qualquer tipo de vantagem indevida da JBS. Neste caso, é importante pontuar que a própria empresa confessou que os termos de acordo para benefícios fiscais do Estado não estavam sendo cumpridos e aderiu a programas de recuperação fiscal, bem como efetuou o pagamento de valores devidos a título de imposto, de modo que não houve danos ao erário, nem tampouco qualquer ato de corrupção praticado".   / Por: José Cruz/Agência Brasil 

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