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Weintraub pede liberdade de expressão, mas processa críticos


O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem utilizado um discurso bem contraditório sobre liberdade de expressão. Ele tem cobrado essa tal liberdade ao ser acionado na Justiça, mas costuma processar jornalistas e comunicadores sempre que reportagens ou comentários o desagradam. Atualmente o ministro enfrenta as consequências por ataques feitos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à China.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, Weintraub move ao menos sete processos por dano moral, calúnia ou difamação.
O ministro tem a língua solta, com um vasto histórico de ataques feitos pelas redes sociais. Entre os principais alvos estão a imprensa, Partido dos Trabalhadores (PT) e grupos ligados a esquerda. Recentemente ele se colocou no centro da crise política depois que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril mostrá-lo defendendo prisão para "esses vagabundos", a começar pelo STF.
No mesmo encontro, Weintraub disse odiar os termos "povos indígenas" e "povo cigano", o que lhe rendeu questionamentos do Ministério Público Federal.
O registro da reunião foi divulgado após denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Ele afirmou na época que o presidente Jair Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal.
De acordo com a reportagem, uma postagem, do início de abril (e apagada posteriormente), provocou abertura de inquérito no STF após solicitação da PGR (Procuradoria-Geral da República). Trata-se do primeiro ministro de Bolsonaro a ter uma investigação pedida pelo órgão comandado pelo procurador-geral, Augusto Aras.
Ao reagir às investigações e oitivas agendadas pela PF, Weintraub reforçou pelas redes sociais o argumento da liberdade de expressão.
No último dia 2 ele até trocou a imagem de seu perfil no Twitter por uma ilustração de seu rosto com uma mordaça vermelha.
"Prestei depoimento à PF, em respeito à polícia. Fui muito bem recebido pelo diretor-geral Rolando [Alexandre de Souza] e por toda sua equipe. Agradeço especialmente a você, que me apoia na luta pela liberdade!", escreveu em seu perfil no dia 4. Weintraub foi ouvido naquele dia pela PF no âmbito do inquérito que investiga o racismo.
Os primeiros processos movidos por Weintraub identificados pela Folha são de novembro de 2019. Em três ações diferentes, ele processa a Revista Fórum e o site Brasil 247 por causa de textos que ele considera agressivos. O ministro também entrou com ação cível contra o jornal Valor Econômico por repercutir declarações dele durante evento do MEC. Outro processo criminal é movido contra a repórter que assina a reportagem.
Ainda no mês de novembro, Weintraub entrou com ação contra o professor Paulo Ghiraldelli Junior, após publicação de crítica ao ministro.
O youtuber Felipe Neto também foi acionado pela Justiça. Ele foi processado depois de publicações que classificaram o ministro como "vagabundo" e "imbecil". 
Até abril passado, quando Weintraub completou um ano na pasta, 42% das suas postagens no Twitter continham algum tipo de ataque. /Por: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

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