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“800 dias sem Marielle": Esposa da vereadora assassinada pede que investigação seja mantida no Rio de Janeiro




Nesta sexta-feira (22), os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes completam 800 dias. E, em meio à forte acusação contra o presidente Jair Bolsanaro de tentar interferir no comando da Polícia Federal, a viúva da psolista, Monica Benício, publicou um fio no Twitter para explicar os motivos de ser contra a federalização do caso. Para ela, é preciso manter as investigações sob controle do órgão no Rio de Janeiro.  /Por: Divulgação
Monica estabelece uma ordem cronológica dos fatos. Primeiro, em agosto, a investigação da Polícia sobre um envolvimento do grupo conhecido como “Escritório do Crime” nas mortes de Marielle e Anderson. Em janeiro de 2019, vaza a informação de que Flávio Bolsonaro empregou em seu gabinete na Alerj a mãe e a ex-esposa de Adriano da Nóbrega, ligado à milícia e morto no início deste ano, em Esplanada (BA).
O atual senador é ponto-chave na história que veio à tona com as acusações do ex-ministro Sergio Moro. O empresário bolsonarista Paulo Marinho delatou que Flávio foi informado por um agente da Polícia Federal, de que a Operação Furna da Onça poderia chegar ao esquema de rachadinha no seu gabinete, liderado por Fabricio Queiroz.
No mês de março, como relembra Monica, acontece a prisão do PM reformado Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio de Queiroz, apontados como autores do crime contra a vereadora e o seu motorista. Foi no mesmo período que também surgiu a notícia de que o filho 04 do presidente da República, Renan Bolsonaro, namorou com a filha de Ronnie Lessa.
Em outubro, surge o depoimento do porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro tinha Ronnie Lessa como vizinho. À época, o porteiro alegou que um homem identificado como Jair teria autorizado a entrada de Élcio de Queiroz. 
No dia 30 de outubro, no entanto, o Ministério Público confirmou que o áudio obtido na investigação comprovava que o próprio Ronnie Lessa teria liberado a entrada do comparsa.
Mas Monica traz a visão de um associação de peritos, que no fim do ano se manifestou sobre a estranheza na forma e rapidez na perícia das gravações da portaria do condomínio na Barra de Tijuca. O presidente da Associação Brasileira de Criminalística, Leandro Cerqueira Lima, afirmou que a análise do MP não poderia ser levada em conta sem a “a certeza de que todas as gravações de todas as ligações feitas para todas as residências naquele período estivessem íntegras, tanto com a análise de comparação de locução, quanto com relação ao equipamento que gravou, incluindo a verificação da integridade das gravações”.
Contudo, só foram analisadas as comunicações feitas entre a portaria e a casa de Ronnie Lessa, também suspeito de executar o crime, no período entre janeiro e março de 2018.
Por fim, a viúva de Marielle Franco traz a fala de Bolsonaro a Moro na fatídica reunião ministerial, que pode ser publicizada mediante a decisão do ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello. “Quero apenas a superintendência da PF, a do Rio”, disse o presidente ao então ministro.
A federalização dos crimes contra os direitos humanos foi determinada com a aprovação da Emenda Constitucional 45/2004, que permite a transferência da competência da Justiça comum, para Justiça Federal, quando são comprovadas violações.  O objetivo é que seja assegurado o cumprimento e proteção dos direitos dos cidadãos.
No caso Marielle Franco, a federalização tiraria da Polícia do Rio a competência de prosseguir as investigações em andamento. O julgamento sobre a federalização acontecerá no próximo dia 27, quando o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deverá dar o veredicto final.
Monica Benício reforça que não vê justificativa nem encontra “fundamentos técnicos” que expliquem a federalização do caso. Ela compartilhou um abaixo-assinado online, com a ajuda de movimentos sociais, para aqueles que quiserem apoiar a manutenção do caso no Rio, e também a hashtag #FederalizaçãoNão.
No site há um fluxograma que reúne as informações e notícias publicadas nesta madrugada pela arquiteta.

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