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Psicóloga dá dicas de como enfrentar desafios da convivência de famílias e casais durante quarentena; confira



O que no início parecia não estar sendo levado muito a sério, atualmente, a seriedade atrelada ao aumento dos casos confirmados do novo coronavírus, tem feito com que os baianos começassem a aderir a recomendação principal para a não propagação do vírus: ficar em casa. Com a mudança drástica na rotina, o medo de contrair o Covid-19 é só mais um dos desafios que as famílias e casais podem enfrentar com 24h de convivência diária durante a quarentena.  
“Não estávamos habituados a estar 24 horas confinados com familiares e por mais que tenhamos os melhores sentimentos por essas pessoas, nesse momento, as diferenças e divergências podem vir a se intensificar aliada a uma granada de informações diárias que surgem por minuto através das redes, o que pode intensificar ainda mais as angústias, gerando ansiedade por exemplo”, explicou ao BNews a psicóloga, Vanina Miranda.  
Deixar para trás as atividades, como trabalho, cursos, faculdade, escola, por motivo de uma pandemia também é um fator que contribui para a instabilidade emocional em alguns lares, reiterou Vanina à reportagem.  
No entanto, há alternativas que podem ser utilizadas como estratégias para manter a boa convivência e minimizar os impactos das diferenças entre os moradores da casa, sejam eles maridos, esposas, filhos, netos, avós ou tios, não só para não haver rupturas nos relacionamentos, mas, também, para que o sistema imunológico não seja afetado com possíveis desavenças. 
“Nosso sistema imunológico se refere diretamente a equilibrar ao máximo nossas emoções e elas não são isoladas, elas encontram eco e refúgio nas nossas relações. Então é preciso o cuidado individual, mas é imprescindível também o cuidado coletivo”, afirmou a psicóloga.
Diálogos, divisão de tarefas da casa, realização de atividades, exercícios, jogos, cursos on line. Esses são alguns exemplos do que pode ser feito durante o isolamento social, para que a rotina seja mais leve, de acordo com as dicas de Vanina Miranda. Vale ressaltar que, além da divisão de casa, é importante respeitar o espaço e individualidade de cada integrante da família, e exercitar a compreensão. 
“É importante respeitar o espaço, o momento, o tempo e a privacidade um do outro”, disse. 
Confira as dicas de convivência  da psicóloga Vanina Miranda:   /
Isso é o que a família da jornalista Laíza Ramos tem intensificado na rotina com o marido, Jailson José, operador do Hospital São Rafael, e da filha de 7 anos, Alice. À reportagem, Laíza disse que estabeleceu um cronograma escolar para a Alice e dividiu as tarefas de casa com o marido. 
“De manhã, arrumamos a casa, brincamos, aí depois do almoço fazemos algumas atividades, revisão, ditado, leitura, que já é obrigatória todo dia, depois disso volta as brincadeiras, até porque ficar em casa o tempo todo é muito complicado, principalmente pra criança. Eu estou no teletrabalho, que eu acompanho tudo pelo celular, computador, nos grupos e meu marido que tá em casa, afastado do trabalho”. 
Otimista, a jornalista destacou que ficar em casa com a família não é um “sacrifício” e, apesar de saber que qualquer tipo de convivência pode ter problemas, prefere pensar em “um dia após o outro”. 
“Se eu colocar isso na minha cabeça como algo ruim vai ser muito mais complicado, então tô pensando em um dia após o outro, deixando pra sofrer no final, se é que eu vá sofrer em relação a ficar em casa. Mas não tá sendo complicado, nem cansativo, nada disso, acredito que pode acontecer, mas vou tentar não pensar nisso”, completou. 
Na casa de Martha França, estudante de BI em Humanidades, do namorado e estudante de gastronomia, Lucas Januário, e da aposentada, Terezinha Souza, a quarentena, que completou aproximadamente 9 dias, tem sido ocupada com as tarefas do lar e tempo para estreitar a relação entre eles. 
“Dona Teresinha é dependente de nós, é debilitada, então a gente tem que fazer almoço, café, dar banho nela, trocar fralda, fazemos tudo pela manhã e a noite adiantamos coisas do trabalho, conversamos, jogamos e assistimos filme. Acho que já assisti quase tudo que tem na Netflix”, brincou Martha.  
E mesmo com o dia cheio de responsabilidades, ainda há espaço para “enjoar um da cara do outro”, como Martha mesmo descreveu. E para resolver esse problema, o casal contou que ocupa cômodos diferentes, além de dialogar constantemente. /BNews 
“Normalmente a convivência, as relações humanas acabam sempre entrando em atrito quando compartilhamos o mesmo espaço durante um período muito longo, mas nada que vá interferir na relação, e sim algo que dá pra se trabalhar e melhorar. É um momento onde a gente tem trabalhado o exercício da convivência e é uma parada muito importante pra relações futuras e até nossa própria relação”, finalizou Lucas. 

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