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Após tragédia, Brumadinho tem aumento de 300% nos casos de suicídio

Agência Brasil
Poucos mais de sete meses após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, em Minas Gerais, números da Secretaria Municipal da Saúde mostram aumento de suicídios e tentativas no município, principalmente entre mulheres.
Se comparado aos registros de 2018, tem-se um aumento de 23% dos casos de tentativas de suicídios, com 39 registros - 11 entre homens e 28 entre mulheres. Em relação aos suicídios, o número passou de um, em 2018, para 3 este ano, um aumento de 300%.
De acordo com secretário de Saúde, Junio Araújo Alves, vítimas são, na maioria, mulheres que perderam filhos. “A sensação de perda para elas é maior para ressignificar a vida”, disse. Esse quadro reflete a deterioração da saúde mental da população, tendo sido comprovada, também, uma alta expressiva nas prescrições de antidepressivos e ansiolíticos.
Os dados da prefeitura mostram que o uso de antidepressivos por pacientes da rede pública de saúde, em agosto de 2019, foi 60% maior que no mesmo período do ano passado. Em relação aos ansiolíticos, o crescimento é ainda mais significativo, de 80%, no período.
Os atendimentos na rede primária de saúde de Brumadinho aumentaram 63% no primeiro quadrimestre de 2019, comparado ao mesmo período de 2018, saltando de 33 mil para 54 mil. Já as contas da prefeitura devem aumentar cerca de R$ 15 milhões neste ano com gastos no setor de saúde, chegando a R$ 70 milhões contra R$ 55 milhões gastos em 2018.
A verba para cobrir a diferença vai sair de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no valor de R$ 31 milhões, para dois anos, assinado entre a Vale e a força-tarefa do Ministério Público que trabalha no levantamento dos impactos da lama na comunidade.
Setembro Amarelo
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 em cada 10 mortes por suicídio podem ser evitadas e, por isso, a prevenção é fundamental. Neste mês, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. O CVV reúne 3 mil voluntários, que atendem gratuitamente por telefone, chat ou pessoalmente. Quem precisar de ajuda pode ligar para o 188 a qualquer hora do dia ou noite.
Yasmin Garrido

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