Foto: Alan Santos/PR |
Em discurso durante jantar com integrantes do movimento
conservador americano, o presidente Jair
Bolsonaro enalteceu o que vê como aproximação entre Brasil e Estados Unidos e criticou o
"antigo comunismo". Segundo o porta-voz da presidência, general
Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro apresentou ideias de "fortalecer o comércio,
reconhecendo que os EUA são o segundo mercado para os produtos brasileiros,
reconhecendo que a diplomacia de fortalecer a democracia neste lado do Ocidente
é importante, reconhecendo que aspectos relativos ao antigo comunismo não podem
mais imperar".
O evento
é o primeiro de Bolsonaro na capital dos Estados Unidos, onde chegou na tarde
de domingo. Estão entre os convidados do jantar o escritor Olavo de Carvalho,
considerado um dos ideólogos do governo Bolsonaro e responsável pela indicação
de dois ministros, e Steve Bannon,
ex-estrategista de Donald Trump e apoiador de
populistas de direita. A aproximação de Bolsonaro com Bannon gera desconforto
em parte do governo americano, já que o ex-estrategista foi forçado a deixar o
governo em 2017 e já foi chamado de traidor por Trump.
Na noite anterior à chegada de Bolsonaro a Washington, Bannon
organizou um evento de homenagem a Olavo de Carvalho para convidados, no Trump
International Hotel. Na ocasião, Olavo fez duras críticas ao que chamou de
"traidores do governo" e criticou o vice-presidente Hamilton
Mourão.
O porta-voz também afirmou que Bolsonaro falou que "liberdade
e democracia" são os dois valores que unem Brasil e EUA nesse
momento.
O jantar deste
domingo aconteceu na residência do embaixador do Brasil nos EUA, Sérgio Amaral.
Bolsonaro já sinalizou que o embaixador será substituído, ao sugerir na
semana passada que diplomatas brasileiros seriam os responsáveis por sua imagem
ruim no exterior. Segundo o porta-voz, contudo, Amaral foi "muito
fidalgo" com Bolsonaro. Ele confirmou, no entanto, que serão feitos
"estudos necessários para identificar quem vem a ser o futuro embaixador,
por reconhecer que é um posto de extrema importância". O diplomata Nestor
Forster, quem apresentou o chanceler Ernesto Araújo a Olavo de Carvalho,
é o nome cotado para o posto. Forster também esteve presente no jantar e foi um
dos responsáveis pela elaboração da agenda de Bolsonaro nos EUA.
Ao deixar o jantar, Bannon falou que esse foi um "ótimo ponto
de partida para a viagem de Bolsonaro" e disse que, na comparação com o
evento em que Olavo criticou parte do governo, o jantar com Bolsonaro teve a
"temperatura mais baixa".
Nesta segunda, Bolsonaro terá encontros com empresários e, na
terça, terá reunião de trabalho com o presidente americano Donald Trump.
O cardápio do
jantar foi composto por mousse com ovas de entrada, 'bife Wellington'
como prato principal e quindim na sobremesa.
Bolsonaro
estava acompanhado dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da
Segurança Pública e Justiça, Sérgio Moro; da Economia, Paulo Guedes;
da Agricultura,
Tereza Cristina; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações, Marcos Pontes e do chefe do Gabinete de Segurança
Institucional, general Augusto Heleno.
Além disso, estiveram no jantar o presidente da Comissão de
Relações Exteriores do Senado Federal, senador Nelsinho Trad e o filho de
Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos
Deputados, deputado Eduardo Bolsonaro.
Além de Olavo e Bannon, a lista de convidados incluiu Chris
Buskirk, editor do site American Greatness; Mary Anastasia O'Grady, colunista
do jornal Wall Street Journal; David Shedd, pesquisador visitante da Fundação
Heritage; Matt Schlapp, presidente da União Conservadora Americana; Roger
Kimball, editor da revista New Criterion e Walter Russell Mead, colunista do
jornal Wall Street Journal. Responsável por apresentar Steve Bannon à família
Bolsonaro e a Olavo de Carvalho, o diretor de um fundo de investimentos Gerald
Brant também esteve entre os convidados do jantar.
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