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Chefe de facção de São Paulo é morto a tiros na porta de hotel


Um outro vídeo mostra o desespero de hóspedes de um hotel da Zona Leste de São Paulo atingidas por tiros de fuzil durante ataque de criminosos que matou um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). As imagens foram gravadas na noite de quinta-feira (22) por câmeras de segurança do Hotel Blue Tree Towers, na Rua Eleonora Cintra, no Jardim Anália Franco.
Nas cenas é possível ver clientes correndo dentro do hotel quatro estrelas. Elas buscam a recepção para se proteger dos disparos feitos por dois homens não identificados do lado de fora do prédio. Wagner Ferreira da Silva, de 32 anos, foi morto no ataque realizado na frente do Blue Tree Towers. Outras câmeras de segurança registraram esse momento.
De acordo com a Polícia Civil, Wagner pertencia à facção criminosa paulista e era um importante membro do PCC na Baixada Santista. Ele também era conhecido como Waguininho, Magrelo ou Cabelo Duro. E é suspeito de participar de roubos em marinas de luxo no litoral paulista e do assassinato de um policial militar.
Duas mulheres, uma de 28 e outra de 53 anos, que são hóspedes do hotel também foram atingidas pelos disparos de fuzil. Elas teriam sido feridas no ombro e na mão. Socorridas, foram levadas ao Hospital Vitória e São Luiz, mas não correriam risco de vida. Por questões de segurança, os nomes delas não foram divulgados.
De acordo com policiais ouvidos pelo Bom Dia São Paulo, a principal hipótese investigada para explicar o crime é a de que Wagner tenha sido executado num acerto de contas entre dissidentes da facção.
A polícia apura se Wagner se desviou dinheiro do PCC ou estaria envolvido nos assassinatos de outros dois membros da facção: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca. Eles também eram membros da quadrilha, estavam foragidos da Justiça e foram executados a tiros na quinta-feira (15) no Ceará.
Um bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, interior paulista, informa que Gegê e Paca foram eliminados por ordem de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, que pertence à facção e está nas ruas. Gegê e Paca foram mortos porque estavam ‘roubando’ dinheiro do PCC, segundo o papel.
“Amigos aqui é o resumo do Pe quadrado [Penitenciária] e mais uns irmãos. Ontem foram chamados em uma ideias, aonde nosso ir [irmão] cabelo duro deixou nois [sic] ciente que o fuminho mandou matar os (...) o GG e o Paka. Inclusive o ir cabelo duro e mais alguns irs [irmãos] são prova que os irs [Gegê e Paca] estavam roubando”, informa o bilhete escrito a caneta num pedaço de papel.
Policiais investigam justamente se Wagner é o mesmo ‘cabelo duro’ citado no manuscrito como sendo o responsável por confirmar o motivo da execução de Gegê e Paca.
Segundo o bilhete, o mandante dessas mortes é Fuminho, que está solto. Ele é apontado como gerente do tráfico de confiança de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder do PCC, e que está preso na P2 de Venceslau.
Por meio de nota, o Blue Tree Towers informou que Wagner não estava hospedado no hotel. A administração ainda reforçou que prestou auxílio às hóspedes feridas, colaborando ainda com as investigações (leia abaixo a íntegra do comunicado).
"Os hóspedes envolvidos no incidente foram prontamente socorridos pela equipe do hotel e encaminhados a hospitais da região. A equipe da unidade continua dando todo suporte necessário. Prezando pela segurança de hóspedes e colaboradores, a empresa está à disposição para colaborar com qualquer investigação a ser realizada", informa o hotel.
O ataque que matou Wagner e deixou duas hóspedes feridas foi registrado no 31º Distrito Policial (DP), Vila Carrão. Por conta da complexidade do crime, policiais deverão pedir a ajuda do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para auxiliar nas investigações.
“As informações são muito sigilosas agora, nesse momento. Está muito incipiente a investigação, mas a polícia tá investigando”, disse o delegado Luis Carlos do Carmo, que já apreendeu o carro de Wagner, que é blindado e estava estacionado próximo ao hotel. Uma arma falsa também foi encontrada perto da cena do crime.
Uma caminhonete branca que teria sido usada pelos executores de Wagner foi achada estacionamento de um shopping, a cerca de 500 metros do hotel. Outro veículo, que estava parado nas imediações, foi atingido pelos tiros. Balas e cápsulas de fuzil foram encontradas no chão.
Familiares de Wagner não confirmaram à polícia se ele atuava no PCC. Disseram apenas que era do Guarujá e trabalhava com eventos.
Fonte/foto: G1

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