O
ex-médico Farah Jorge Farah, 68 anos, foi encontrado morto, às 12h30
desta sexta-feira (22), dentro de sua casa, na Vila Mariana, momentos antes de
ser preso. A polícia havia ido ao local após a Justiça
determinar que ele começa-se a cumprir pena por matar e esquartejar a amante em
2003.
De acordo com policiais do
Departamento de Capturas de Polícia Civil, Farah teria cometido suicido assim
que os agentes quebraram vidros para entrar na casa. A perícia vai analisar as
circunstâncias da morte.
O ex-médico morreu em seu
quarto, com cortes nas veias femorais (veias da região do quadril, cujo corte
pode ser mortal). Um bisturi, que teria sido usado por ele para provocar o
ferimento, foi apreendido.
Farah vestia roupas
femininas — uma espécie de top e calça legging — e aparentava estar com seios,
possivelmente devido a um sutiã. O aparelho de som estava ligado. Tocava uma
música classificada por Gonçalves como "fúnebre".
O delegado disse que só
entrou na casa após receber um mandado por whatsapp. O documento havia, segundo
Gonçalves, sido recebido por um auxiliar seu na delegacia.
Familiares do ex-médico foi
ao local no início da tarde Marcelo Gaspar Gomes Raffaini, advogado do
ex-médico que acompanhou os parentes, afirmou que seu cliente tinha problemas
mentais, atestados por exame pedido pela Justiça. O advogado não atribuiu a
morte à ação da polícia. "Por ora, não tenho informações sobre
irregularidades na ação policial", disse.
O crime
Cirurgião plástico, Farah
confessou ter matado e esquartejado sua amante e paciente Maria do Carmo Alves,
46 anos, em 24 de janeiro de 2003. O crime ocorreu no consultório em que
trabalhava. Após colocar o corpo no portamalas de seus carro, o ex-médico
comunicou a polícia, dizendo-se arrependido.
Para dificultar a
identificação do corpo, Farah havia removido a pele da face, das mãos e dos pés
da vítima, guardando os restos mortais em sacos plásticos no porta-malas de seu
veículo. Após o crime, o então médico chamou a polícia.
Em 2007, por 4 votos a 1, a
Segunda Grupo do Supremo Tribunal Federal concedeu um habeas
corpus para que ele respondesse ao processo em liberdade. Com
o diploma cassado pelo Conselho Federal de Medicina em 2006, Farah voltou a
estudar e, em 2010, passou no vestibular na Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo.
Em 2014, Farah foi
condenado a 16 anos de reclusão em primeira instância por homicídio duplamente
qualificado: motivo torpe, por não dar chance de defesa à vítima e ocultação e
destruição de cadáver. Mas ainda manteve o direito aguardar julgamento do
recurso solto. Ainda em 2014, a pena foi reduzida para 14 anos.
Prisão
Na quinta-feira, o STJ
(Superior Tribunal de Justiça) julgou pedido do Ministério Público e determinou
a imediata execução provisória da pena do ex-médico.
A corte havia começado a
analisar o pedido em agosto. O relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, votou,
ainda no mês passado, pela prisão do ex-médico. Houve, porém, um pedido de
vista do ministro Sebastião Reis Júnior que protelou a conclusão do julgamento.
Na sessão de quinta-feira
(21), o julgamento foi concluído com o colegiado acolhendo o pedido do
Ministério Público e rejeitando o recurso especial por unanimidade.
Fonte: R7
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