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‘Ela foi induzida’, diz marido de vítima morta após suposta cirurgia espiritual

Foto: Reprodução/TV Oeste
“Ela foi praticamente induzida a fazer essa cirurgia, a qual a levou ao óbito”. Essa é a forma como o auxiliar de portaria Eguinaldo Cavalcante resume como foi a consulta da mulher dele, Vanderluce, com o suposto médium que é procurado pela polícia na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia.
O homem é investigado por conta de supostas cirurgias espirituais que provocaram a morte de duas pessoas e ferimentos graves uma outra. Vanderluce, que tinha 42 anos, é uma das vítimas que morreram. Ela passou pelo procedimento para tentar curar dores abdominais.
Segundo o marido dela, a cirugia foi realizada em novembro do ano passado, após consulta com o suspeito. Eguinaldo conta que o procedimento durou cerca de três horas. Conforme o auxiliar de portaria, ele e outras pessoas acompanharam tudo.
“Foi introduzida uma agulha na parte do abdômen, na linha da cintura, abaixo do ‘umbigo’, entre a genitália dela. Ele fazia cirurgia numa sala, no meio de todo mundo, homem, mulher, criança, todo mundo junto”, contou Eguinaldo.
Depois do procedimento, de acordo com o marido de Vanderluce, a vítima teria tomado uma substância receitada e vendida pelo suposto médium, que afirmou ser um remédio manipulado.
Em seguida, ao invés de melhorar, Vanderluce começou a passar mal e foi internada. Um mês depois, a mulher morreu em decorrência de uma infecção generalizada.
“Ela tinha feito a cirurgia e praticamente não melhorou nada. Com dois dias, ela começou a sentir febre, coisa que ela não vinha sentindo. Ela vinha sentindo os problemas dela, as dores no estômago, no abdômen, mas não sentia febre”, disse Eguinaldo.
Outra pessoa atendida pelo suspeito morreu em um hospital, na cidade de Barreiras, na semana passada. Arnaldo Domingos era da cidade de Baianópolis, que fica a cerca de 50 km de Barreiras. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Já o marido de dona Sonha Maria Alves, Mário, de 71 anos, ficou em estado grave, mas conseguiu superar as complicações que apareceram depois da suposta cirurgia espiritual para curar um problema nos testículos. Contudo, precisará passar por uma cirurgia de reparação.
A dona de casa conta que, diferente do que acontece na maioria das cirurgias espirituais, Antônio cobrava pelo serviço.
“A gente passou pela filha dele, que faz parte da equipe, e ela cobrou R$ 200 pela cirurgia e mais R$ 600 pelos medicamentos. Inchou muito. A gente veio para o Hospital do Oeste e quando chegamos aqui foi preciso ser feita uma cirurgia de emergência”, disse Sonha.
O inquérito policial sobre o caso foi aberto no dia 6 de dezembro, após denúncias de pessoas atendidas pelo suspeito.
De acordo com a Polícia Civil, o homem se apresentava como médium e dizia trabalhar em um centro espiríta na cidade de Aparecida de Goiânia (GO).
Antônio viajava para Barreiras todo mês, desde o ano passado, para os atendimentos na cidade. Os procedimentos eram realizados em uma chácara, na zona rural do município. A propriedade está fechada. Desde novembro, ninguém mais soube do suspeito.
“Ele atendia mais de 500 pessoas por dia. Tinha, inclusive, pessoas de outros estados. Segundo informações, ele utilizava um objeto perfurocortante, tipo um bisturi, e uma sala. Foi expedido guia para a Polícia Técnica, para que vá até a chácara, e dali se verifique as condições de higiene e segurança. Também foi oficiado a nossa Vigilância Sanitária, para que fosse até o local, porém, a chácara encontra-se fechada. Nós vamos manter contato com o advogado da proprietária dessa chácara, para que ele facilite a entrada”, contou o delegado Francisco de Sá, que investiga o caso.


Fonte: G1 Ba

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